Stalker – Primeiras impressões

As redes sociais são uma realidade. A vida de milhões de terráqueos está exposta em algum grande site. No Facebook, no Twitter, no Instagram… Com essa exposição, surgem aqueles que se prestam a uma das práticas mais antigas da humanidade: o monitoramento da vida alheia.  Do interesse, surge a obsessão. Da obsessão, nasce o tão temido stalker (palavra inglesa para perseguidor). É desse maluco obcecado – pode ser seu vizinho – que a nova série do CBS vai extrair os seus casos da semana. Em Stalker (2014 – presente), vemos uma premissa atual e relevante fundindo-se com uma abordagem saturada.

A série traz Jack Larsen ingressando na unidade policial de Los Angeles que lida com stalkers e suas vítimas. Beth Davis é a responsável pelo departamento e babá de Jack durante o processo de adaptação. Dylan McDermott interpreta o policial nova iorquino boa pinta e Maggie Q dá vida – e que bela vida… – a chefe do departamento. Assinando a criação da série e o roteiro do piloto temos Kevin Williamson, importante parceiro de Wes Craven nas produções Scream (Pânico, no Brasil). Roteirista também de I Know What You Did Last Summer. Em contra partida, é roteirista e criador de The Vampire Diares e The Following. Ninguém é perfeito.

Pilot

A estrutura se assemelha muito com a utilizada em séries policiais convencionais. Temos um caso que precisa ser solucionado, alguns suspeitos e a busca. Obviamente, alguns ganchos são colocados a partir do piloto para que, no futuro, sejam utilizados para amarrar toda a temporada. Um dos ganchos fica por conta do protagonista, que vive a velha vida dupla: caça stalkers no trabalho e, nas horas vaga, se torna um. Nada novo, nada diferente.

Curioso notar como a série aborda o stalker. Para o roteirista (Kevin), não há diferenciação entre um serial killer ‘’convencional’’, com padrões de morte e formas de seguir a vítima, e um stalker. A visão que temos de um stalker, no geral, envolve aquele(a) cara/moça que te segue, se esconde atrás dos arbustos, bate uma foto aqui ou ali e demonstra certa obsessão. A série chega a níveis extremos quando inclui tendências reais de suicídio à personalidade de um dos stalkers do piloto. Aquela ideia de um cara vislumbrando uma silhueta atrás das cortinas, ou com um binóculo tentando encontrar um bom ângulo para ver o que a dona de casa anda aprontando, não existe. Pelo menos, não aqui. Os stalkers de Stalker querem matar o colega de quarto, colocar fogo em mulheres que malham na academia tal e invadir casas alheias. Não necessariamente nessa ordem.

Pilot

Por outro lado, existe aí uma dúvida bastante pertinente: o stalker que conhecemos é aquele associado exclusivamente à internet? Porque, bem, não sei se mais alguém concordará comigo, mas o ato de perseguir alguém compulsivamente denota certo problema psicológico, mesmo que esse ato se restrinja às fotos, comentários e qualquer outra ação na rede. E todo problema psicológico pode se desenvolver. Portanto, a série pode, com esses extremismos, tentar mostrar os perigos do encorajamento – ou a não preocupação – de tais distúrbios. E, nesse ponto, existe uma fagulha de esperança. Pequena, mas está lá.

Se trocássemos o título por, talvez, NCIS, teríamos uma série policial regular. Se a premissa envolvendo o stalker for esquecida por um minuto, não temos nada substancial. E de série policial, a tv americana está cheia. E com opções mais honestas. Já tentou Justified?

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