Review | Revolution 2×17: “Why We Fight”

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“Por que você luta?”, esta pergunta foi feita de várias formas diferentes no final do episódio anterior, mas neste episódio esta mesma frase ganha ramificações que irão carregar os personagens nesta jornada que culminará num confronto direto com os patriotas. Revolution continua seguindo um caminho satisfatório e mesmo que “Why We Fight” não seja completamente excelente, ele expõe exatamente o que os produtores desejam nesta reta final de temporada.

A série continua seu foco principal nos patriotas e no começo da formação da rebelião de Miles e Monroe, tanto que o subplot com Aaron e Priscila nem deu as caras neste episódio. Então a narrativa se dividiu entre o que acontecia em Willoughby e o que acontecia em seus arredores. O episódio começa com os vilões patriotas chegando cada vez mais próximo de localizar o grupo de rebelados, tudo devido ao prisioneiro que Miles deixou fugir. Em meio a discussões Miles, Monroe e o resto grupo chegaram à conclusão que estava na hora de recrutar mais soldados para a causa.

O grupo então se separou, com Gene e Miles indo para Willoughby, sendo que o primeiro acreditava que a população da cidade poderia ser de grande ajuda, mesmo que o tio de Charlie não concorde com a tal ideia. E do outro lado Monroe e restante ficaram no acampamento. Essa parte da narrativa é significativa para entendermos mais da motivação dos personagens.

A narrativa explora bastante o que cada personagem pensa, como Rachel, que no episódio anterior mencionei que ela tinha mudado seu jeito de pensar, se preocupando exclusivamente com aqueles que eram importantes na vida dela. Em “Why We Fight” deixa claro que Rachel está lutando por Charlie, para que a jovem Matheson não se torne uma pessoa que tem receio e medo de tudo como ela, aliás, a cena em que as duas compartilham esse diálogo franco em certo momento é tocante e pode se dizer que é mais um passo para mãe e filha consolidarem sua relação.

Charlie por sua vez segue os passos de Monroe, para ela Bass é um mal necessário e mesmo com objetivo dele claro, ela ainda participa do ataque da rebelião orquestrado por ele num massacre a um acampamento cheio de patriotas. A personagem apresenta uma um comportamento no mínimo estranho, ela apoia Monroe, mas a todo o momento mostra para Connor que o pai não é de confiança, esta atitude é no mínimo madura de uma personagem que apresenta um crescimento muito bom nesta temporada.

Falando em Connor, ele como foi levado a repensar suas próprias escolhas quando Charlie lhe diz que Monroe não se importa com sua pessoa. O personagem sempre teve mais humanidade que seu pai, desde que ele se apresentou na história deu para ver que o sobrenome Monroe era só um sobrenome, Connor tem mais a mostrar do que se esperava, confesso que não gostava dele no começo, achei usariam apenas para algo simples e ele ficaria fadado a ser um coadjuvante piscou perdeu, assim como Jason tem sido durante boa parte desta temporada, felizmente o personagem mostra um desenvolvimento por enquanto vale a pena acompanhar.

Se por um lado Monroe filho está começando a enxergar a verdadeira pessoa do pai, por outro Sebastian Monroe começa a mostrar porque um dia foi conhecido como o temido general e líder da República Monroe. Primeiro que os acontecimentos parecem ter favorecido para que ele botasse seu plano em prática, achei a desculpa de matar a amiga dele, aquela de New Vegas, Duncan Page, bem previsível. Ela ser uma vítima dos patriotas apenas para que Bass ganhasse um exército para atacar os patriotas foi algo muito conveniente por parte do roteiro, sem falar que tudo aconteceu muito fácil, os mercenários de Duncan se juntaram à Monroe num piscar de olhos.

Problemas de roteiro a parte a invasão de Monroe foi algo descontrolado, cheio de raiva e com isto ponto inicial para queda de um dos inimigos mais impetuosos dos patriotas. Victor Doyle virou uma pedra no sapato de Neville (e Ed Truman também) e chegando a sofrer torturas ao lado filho só para satisfazer as vontades cruéis do vilão. O plot só terminou como eu disse com a chegada de Monroe e seus rebeldes, Doyle foi morto por Neville finalmente, mas ainda assim ao que tudo indica os patriotas estão longe parar seu maior plano para retomar os EUA.

Falando em retomar o solo americano, a única cena com o presidente Davis líder dos patriotas foi para revelar que todo esse sistema de reprogramação de soldados que andamos vendo no decorrer da temporada tem o propósito bem definido, acredito que atacar o Texas é algo coerente dentro da narrativa, afinal Randall fez a maior parte ao dizimar a Filadélfia e Atlanta no final da primeira temporada, restando apenas Austin como a capital mais forte e centralizada existente dentro desse universo pós-apocaliptico da série, além de que é uma boa oportunidade de explorar uma república que ainda não vimos inteiramente tirando a cidade Willoughby onde o foco da temporada se encontra atualmente.

Enquanto as coisas estavam agitadas na narrativa que focava em Charlie, Monroe e Rachel, a outra parte da narrativa segue Miles e Gene infiltrando em Willoughby. Achei que o roteiro deu um motivo esfarrapado para tirar os dois personagens do acampamento enquanto Monroe estava arranjando um exército, porque os dois ficaram num sótão presos o episódio inteiro e ainda foram expostos pelo interesse romântico de Gene, a bela Marion (participação da atriz Reiko Aylesworth) que não teve uma função proveitosa ali, a não ser pela revelação dela namorar Ed Truman um dos líderes dos patriotas.

A parte importante mesmo dessa narrativa ficou por conta da breve conversa de Miles e Gene. No episódio anterior eu argumentei que Miles como líder precisava de motivo para lutar, um motivo para reunir o grupo na luta contra os patriotas e neste episódio os roteiristas trabalham exatamente isto. Enquanto Monroe tem talento nato de um líder neste tipo de revolução (afinal ele tinha uma república) Miles ainda precisa de autoconfiança para tomar a frente da rebelião. O diálogo entre ele e Gene é direto, o fato do personagem não saber o que quer no final das contas só deixa claro que irão construir uma aura guerreira para sua caracterização, porque de todos ali Miles é o único que ficou sem resposta do porque ele luta.

Enfim “Why We Fight” é um episódio sólido, não chega ser sensacional, mas é bom o bastante, pois constrói um desenvolvimento interessante levando em conta a motivação de seus personagens, além de trazer boas cenas de lutas, em especial na invasão dos rebeldes liderados por Monroe ao acampamento patriota nos arredores de Willoughby acabando parcialmente com a hegemonia patriota por lá, mas esta invasão só irá servir para causar mais instabilidade dentro do grupo, a começar por Miles e sua reação a tudo que Monroe fez naquele momento. Bass talvez seja um mal necessário, mas apenas se Miles conseguir controlá-lo o que até agora não anda acontecendo.

Outro ponto positivo é que a narrativa continua focando nos patriotas ainda mais, tanto que não teve espaço para Aaron neste episódio, agora toda a motivação dos vilões tem endereço certo e uma batalha está preste acontecer em Austin capital do Texas. Acredito que Miles e companhia devem se juntar ao presidente desta república para tentar combater o plano do presidente Davis e seus patriotas. Revolution pode ter seus defeitos, mas funciona bem quanto sabe para onde ir com a sua história, por mais que alguns episódios no meio da temporada tenham enchido a língua, isto ficou para trás e a série definitivamente voltou às boas e parece que promete fechar a temporada dignamente, então vamos aguardar o desenrolar dos acontecimentos.

Observações da Revolução:

Why We Fight: O nome é baseado numa série de filmes-documentários propagandas de mesmo sobre a segunda guerra mundial dirigidos em sua maioria pelo diretor Frank Capra.

Errata: Na review anterior eu citei diversas vezes o nome Roger Allenford, na verdade o nome era Victor Doyle, carrasco de Neville e aquele que aprisionou Júlia. Ops foi mal.

Audiência Em Baixa: Os números de Revolution estão diminuindo a cada episódio infelizmente e isto não é um bom sinal, já que a série compete com outras na luta contra o cancelamento. Com 1.2 de ratings (ou demo) e 4,30 milhões de espectadores a série precisa subir nesta reta final senão quiser sofrer a sina de tantas outras que foram canceladas.

Jason: Pensei o personagem iria virar uma máquina de matar no episódio, mas o twist do personagem não se segurou muito, pois foi interrompido na hora H.

Priscila: Ainda quero saber como os nanobots estão controlando ela, mesmo que a personagem e Aaron não tenham aparecido à pergunta ainda ficava no ar quando eu estava assistindo a este episódio.

Ed Truman: Agora que Doyle morreu vamos ver como Ed Truman vai preparar a retaliação contra os rebeldes de Monroe e Miles.

– No próximo episódio as coisas prometem esquentar com o grupo chegando a Austin, Texas. Veja a promo abaixo.

https://www.youtube.com/watch?v=OsTol_Qca9Y

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