Review | Person of Interest – 3×01 – “Liberty”

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Parece que se passaram anos e não meses que tivemos episódios inéditos de Person of Interest, mas aqui estou eu de novo para mais uma empreitada nessa nova temporada da série que estreou com pé direito, talvez não tenha sido uma “season premiere” empolgante quanto da temporada passada, mas ela foi eficiente em trazer momentos chaves de nossos personagens preferidos e ainda colocar as primeiras pistas do caminho que irá trilhar no decorrer dos próximos vinte e dois episódios contando com esse.

Então comecemos a análise pelo início, o episódio já mostra ao que veio nas cenas do “team machine” salvando vários POI’s pela cidade, sendo assim temos a primeira aparição de Reese e logo em seguida da Carter aparece vestida de policial (rebaixada depois do incidente com Elias na season finale). Do outro lado da cidade encontramos Shaw (agora entrando para o elenco fixo), Fusco e Finch cuidando de outro caso e aqui já se pode perceber a primeira diferença, enquanto Reese tentar salvar as vítimas sem ter muitas baixas, Shaw é mais explosiva e chamativa, algo que em futuros episódios deve gerar alguns problemas para o “man in a suit” e Harold.

Á partir disso o episódio tem poucas surpresas, o roteiro assinado por Denise Thé e Greg Plageman é cuidadoso em não só situar o espectador, mas fazer o possível para mostrar somente o necessário em cada cena, sendo assim personagens recorrentes e conhecidos tem pouco tempo de tela, mas o suficiente para plantar sementes que serão desenvolvidas ao decorrer da temporada, como é o caso de Elias e Root, vilões memoráveis da série que aqui tem participações discretas e ainda assim cruciais.

Antes de falarmos desses dois mais detalhadamente, vamos primeiro falar do caso da semana, talvez seja o ponto mais comum do episódio, sem grandes pretensões, ainda assim longe de ser ruim, afinal, através dele podemos ver a nova formação do grupo (com adição da Samantha Shaw) realmente trabalhando prá valer. Enquanto Reese e Shaw são os personagens da ação física, Fusco, Carter e Finch são os personagens da assistência, provendo informações ou até mesmo entrando na briga quando preciso. Voltando a falar mais sobre o caso, Reese e seus aliados precisam proteger um marinheiro chamado Jack Salazar depois que este acaba se envolvendo (sem ter intenção) com um grupo de operações especiais da marinha que o usou como “mula” para contrabandear diamante dentro armas ilegais.

Falando um pouco de cada personagem principal, Reese teve bons momentos, provendo ótimos diálogos cômicos e ainda sendo o “badass” de costume (um pouco contido neste episódio é verdade), foi interessante saber a ligação dele com caso da semana, a cena final com POI da semana o marinheiro Salazar foi interessante para mostrar o arrependimento de John ao entrar para o serviço militar e logo depois para CIA deixando seus sonhos de uma vida comum escapar entre os dedos por assim dizer, a conversa dos dois foi interessante e trouxe um momento mais humano para o “man in a suit”, aqui o roteiro se mostra sutil mais uma vez dando dicas que veremos mais do passado de John Reese nesta temporada.

Outros personagens que se destacaram foram Fusco, como sempre provendo momentos engraçados, Finch que talvez o que menos teve atenção do roteiro, a nova recruta da equipe Samantha Shaw, que neste episódio se mostrou tão “badass” quanto Reese, mas como já ressaltei, seu jeito explosivo pode ser um problema para equipe, Finch já notou isso e Fusco ficou irritado ao trabalhar pela primeira vez com ela, a tendência é que essa convivência fica ainda mais conflituosa, afinal trabalhar em equipe é algo novo para personagem.

A Carter ficou por último na minha análise porque senti que esse episódio mostrou que esta temporada promete grandes emoções para à ex-detetive, descobrimos também o que aconteceu depois da cena final dela com Elias em “God Mode”, como já era de se esperar ela está protegendo o vilão, mas o inesperado disso tudo foi ela guardar segredo de Finch e Reese. A detetive teve ótimas cenas onde fica nítido em sua fisionomia que algo mudou, não só por ela ter sido rebaixada (temporariamente é verdade) na polícia, mas porque a cicatriz deixada pela morte de Beecher na temporada passada está longe de cicatrizar, a imagem de policial íntegra começa a dar lugar à uma Carter que não conhecíamos, uma mulher vingativa que irá usar todas as armas possíveis para derrubar a H.R. (vide a cena do armário).

As cenas duas cenas dela estão entre minhas cinco preferidas do episódio, o diálogo entre ela e o Elias no cativeiro do vilão foi de uma sutileza e eficácia incrível, ele como sempre mesmo com tempo limitado de tela, ainda trás momentos memoráveis o que fica evidente a grandeza de Enrico Colantoni como ator. Outra cena interessante da personagem foi com Reese, não se via tanta interação entre os dois desde a metade da temporada passada, esse afastamento talvez tenha consequências futuras, afinal Carter não costumava guardar segredos do John, em certas cenas ele mesmo se mostra preocupado com a detetive neste episódio, então é esperar para ver qual será sua reação quando a verdade sobre Elias vir à tona.

Falando em vilões, Root também deu as caras neste episódio, ela como sempre ligada diretamente a trama da “machine”, presa no manicômio ela aguarda à criação de Finch revelar seus verdadeiros planos, a cena final dela com doutor da instuição é sensacional, aliás, volto a repetir que Amy Acker está cada vez mais com sua personagem, aqui não só descobrimos que Root interage com “machine”, mas a mesma fornece informações valiosas para a vilã principalmente sobre sua origem, o que nos faz questionar, quais são os verdadeiros planos da “machine”? Isso é uma incógnita. Ao contrário da temporada passada que sabíamos quando a tempestade chegaria dessa vez não temos ideia de quando ela vai chegar.

Sobre a parte técnica do seriado, a qualidade continua excelente, desde a nova abertura mostrando novas animações gráficas e novos relances do elenco até o jeito novo de mostrar como “a machine” enxerga, após ganhar sua liberdade no final da temporada passada. A trilha sonora continua muito boa, as cenas de ação também, aliás, vale elogiar à direção de Chris Fisher, não só nas cenas de diálogos, mas também nas tomadas externas com Shaw no telhado, ou Reese em meio à ação no bar já no fim do episódio, além de serem bem conduzidas as cenas tinham coordenação muito bem feita.

Enfim podemos concluir que foi uma boa volta de Person of Interest, talvez o episódio tenha sido um pouco contigo em não revelar muitas informações para não estragar as surpresas que estão por vir, ou até mesmo não supere a premiere da segunda temporada, aliás, “Liberty” não tem essa pretensão, afinal, pode se dizer que este é um novo capítulo para a série como já ressaltei no início, então é mais do que normal que os criadores da série coloquem o pé no freio antes de botar o pé no acelerador novamente. O fato é que é bom ver POI de volta, estava com saudades de Reese e companhia e pelo que foi mostrado neste episódio podemos esperar uma temporada bem sólida para o seriado.

Observações de Interesse:

  • Quinn e H.R.: A organização criminosa pode não ter dado as caras, mas ao menos fica claro que logo eles voltaram à cena, afinal Carter está com sede de vingança e Elias ainda quer acertar as contas depois do incidente em “God Mode”, sem falar ambos ainda não sabem a identidade de Quinn.
  • Scarface: Se não tivemos H.R., pelo menos o fiel braço direita de Elias voltou à cena, com direito a agradecimento a Carter por salvar o “big boss” e ainda pegar uma graninha para o chefe depois que Reese e Shaw cuidaram dos bandidos que estavam no local.
  • Liberty: O nome do episódio segundo informações do “Person of Interest Wiki” se refere à libertação da “machine” no final de “God Mode”, mais livre e cuidando de seus próprios interesse a inteligência artificial ainda tem muita para mostrar nessa temporada. “Liberty” (liberdade em português) se refere também ao caso da semana que envolve o marinheiro Jack Salazar, é um termo usado pelos marinheiros que tem medo de deixar o navio e aproveitar os prazeres da terra firme.
  • Quadrado Preto e Amarelo: Já tínhamos vários quadrados para vários termos de pessoas citadas como relevantes, irrelevantes, admin e etc, eis que surge mais um quadrado para definir a relação Root e “Machine”, ainda não sabemos realmente o significado dele, mas já dá para perceber que quem possui este se comunica com “machine”, então a vilã por enquanto é a única ter essa marcação nova e exclusiva.
    • marcacao
  • Fusco e sua barba “fake” medonha: Uma imagem vale mais que mil palavras.
    • fusco
  • “Machine”: No final do episódio tivemos um vislumbre do sistema da máquina, não só observando o comportamento humano e sua probabilidade de matar, mas também tivemos um vislumbre geral de monitoramento dela fazendo previsões futuras através do status atual, ainda assim obtendo uma resposta desconhecida, saca só a imagem.
  • Trilha Sonora: Tivemos duas ótimas músicas no episódio, a primeira já é uma velha conhecida “She’s Long Gone” do Black Keys (ela já tocou no episódio três “Masquerade” da segunda temporada da série), a segunda música se chama “Feeling Good” da cantora Nina Simone, aliás, está música é muito bem inserida no contexto das cenas fazendo uma ponte entre elas.
  • Frases: Separei três frases que mais gostei no episódio.
    • Root para o Doutor – “I have a direct line to a higher power. It speaks to me.”∕ “The true is….God have eleven years old and she is born on new year eve of 2002 in Manhattan”
    • Elias para Carter – “I can take care of H.R. and the Russians…….permanently”
    • Reese para Carter – “Thanks, Carter. For what it’s worth you’re looking kinda badass in that uniform”

Próximo Episódio

No próximo episódio as coisas prometem ficar mais quentes, veja a promo do episódio 3×02 abaixo.

http://www.youtube.com/watch?v=lOFZJUURX7s

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