O quarto episódio de Person of Interest chega com mais do mesmo: um bom caso, uma boa dose de ação e drama e um pouco mais da proposta da série, de entreter com um pouco mais de conteúdo.
“Cura Te Ipsum” não é o melhor episódio de Person of Interest até aqui. Mas também não dá pra dizer que foi o pior. Aliás, é difícil escolher um “pior” numa série que se nivelou por cima e apresenta bons episódios, com uma média de qualidade bem agradável.
Porém, o quarto episódio dessa primeira temporada, não trás (quase) nada de novo em termos de conjunto da temporada. É um episódio capaz de viver por si só e essa é uma característica que é boa, mas que em excesso pode ser ruim.
No caso da semana, temos uma médica workholic que usa suas poucas horas de folga espionando um bem sucedido corretor de seguros (ou alguma coisa assim). Ela age dessa maneira porque o cara estuprou a irmã dela na faculdade, que acabou se matando. Como uma vez filho de uma quenga, sempre filho de uma quenga, o cara continuou sua rotina de Boa Noite, Cinderela + Lambada do Varolo à seguir. As mulheres acordam de manhã, constrangidas, demorar para prestar queixa e o remédio some no sistema e fica impossível de provar algo, ainda mais com alguém tecnicamente poderoso como ele.
A médica planejou então um crime perfeito: sequestraria o homem no seu apartamento, depois usaria quilos de soda cáustica pra dissolver o corpo e sair ilesa. Aí que entra John Reese (Jim Caviezel) e Mr. Finch (Michael Emerson) abordando o primeiro debate da série. Até agora, todos os “vilões” dos episódios eram pessoas más. A advogada do primeiro, a imobiliária do segundo e o ex-soldado do terceiro. Todos eles eram pessoas ruins que planejaram a morte de alguém. Já no episódio de hoje, temos o malvadão como vítima de uma tentativa de assassinato e a série pega no clichê, mas válido, debate: afinal, quem merece morrer e qual de nós que deve dar o julgamento?
É válido que a médica mate o estuprador como vingança? A morte do estuprador é um ganho para a sociedade, então Reese (por ter a capacidade e por ter a oportunidade) devia efetuá-la? É o mesmo debate sobre a pena de morte, transportado para o âmbito individual e não geral. Eu provavelmente faria a mesma coisa que a médica na situação dela, mas isso não significa que é a decisão certa. O final do episódio deixou a questão em aberto e é possível que nós tenhamos a resposta no episódio de amanhã, embora eu prefira que não tenhamos. Se eu fosse o roteirista/produtor da série, deixava por assim mesmo, pra cada espectador pensar sobre uma resposta.
Enquanto isso, a chantagem de Reese com o Detetive Fusco (Kevin Chapman) começa a dar errado e o detetive acaba traindo o Vigilante. Reese mostra que não carrega a Insígna “Bruce Wayne” Para Cavalheiros Audazes à toa e se livra da situação LIKE A BOSS. O problema é que ele acabou colocando Fusco e a Detetive Carter (Taraji Henson) juntos, unindo os pontos fracos da série num super-ponto fraco. A idéia de Reese é sabotar a investigação da detetive, mas é meio óbvio que isso não vai acontecer e os dois detetives vão se unir contra o inimigo comum. Invés de cortar a cabeça, acabou dando outra.
Mr. Finch teve uma participação um pouco mais discreta no episódio de hoje, mas o misterio sobre o personagem continua. Em breve os produtores/roteiristas devem começar a entregar um pouco de informação sobre a dupla protagonista da série para não cansar o público com esse mistério.
De um modo geral, foi um bom episódio. Mas não teve nada que fique marcado na história da série. Ainda assim, Person of Interest confirma minha previsão e vem se tornando a melhor série nova desse ano. Confira o preview do próximo episódio:
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