Review | Person of Interest 2×18: “All In”

PoI 2x18

Primeiramente quero me desculpar pela demora na review, motivos pessoais levaram a tal acontecimento, mas cá estou eu novamente para analisar mais um bom episódio de Person of Interest. Em tempos de hiatus (perdi a conta de quantos foram até agora) que não acabam mais, nada como uma resenha do último episódio que foi exibido em março para passar o tempo.

Seguindo a “calmaria” iniciada pelo episódio 17 “Proteus”, POI apresentou outro episódio mais “leve” que se não tivesse outra linha narrativa correndo por fora ligado a mitologia do seriado, seria enquadrado como filler da temporada, no entanto a série dá um jeito de criar uma história interessante e movimentada com boas doses de ação, humor , jogatinas e dá volta da HR a trama principal.

Vamos começar então pelo caso da semana, com vovô gente fina Lou Mitchell mais conhecido como maior manipulador de cartaz de Atlantic City sendo a vítima da vez. Uma das maiores qualidades de POI é quando a série consegue criar casos interessantes ao mesmo tempo em que trabalha seus arcos principais, mesmo que desta vez as histórias paralelas não se cruzaram, ambas conseguiram manter o interesse do espectador pela maneira com que se apresentaram na tela. Dessa forma em meio ao esquema de lavagem de dinheiro no cassino usando idosos, cenas de ação com Reese tentando proteger Lou e da execução do plano para derrubar o gerente, a história ainda tem tempo de explorar através das conversas entre Lou e Finch, um pouco mais do passado de ambos.

Assim à medida que descobrimos mais sobre Lou, não é de se estranhar que Finch se identifique com a história dele e de sua falecida esposa, aqui o roteiro mesmo que de forma sutil trás a tona história de Grace em certos pontos, inclusive na cena final com uma conversa sincera e triste entre ele e Reese, talvez a melhor cena do episódio. As sequências do cassino foram bem divertidas e lembraram bastante o filme “Onze Homens E Um Segredo”, não só pela trilha sonora inspirada, mas pelo fato de Finch arquitetar todo um plano para expor o esquema corrupto do gerente Dario Kazarian, utilizando Reese, Leon e mais tarde Lou na mistura.

Falando em Leon, o personagem virou figurinha carimbada na série fazendo participações recorrentes. Assim como Zoe apareceu diversos episódios nessa temporada, o trambiqueiro também volta aparecer trazendo momentos divertidos, a começar pela abertura do episódio com Reese e Bear salvando ele de alguns traficantes nigerianos e também em outra cena dele entrando disfarçado no cassino como playboy milionário para ajudar no plano de Finch, todas essas cenas carregadas daquele humor genuíno de POI.

Se no episódio anterior eu afirmei que a participação do Reese tinha sido bem mais calma, nesse episódio ele compensou um pouco participando ativamente do caso e até salvando o dia, apesar de ainda achar que o destaque desse e dos outros dois episódios tenha sido muito mais para o desenvolvimento do Harold como personagem, seria interessante que a série voltasse explorar mais do passado do ex-agente da CIA.

Enquanto as coisas estavam agitadas em Atlantic City, na outra ponta da narrativa situada em Nova York temos o retorno da HR na trama da série, esse plot não dava as caras desde o episódio 10 “Shadow Box”, naquela ocasião Alonso Quinn estava em busca de aliados para financiar e reconstruir a organização criminosa, uma vez que não obtiveram êxito em conseguir ajuda de Elias, a opção foi procurar os inimigos do mafioso, neste caso a máfia russa liderada pelos irmãos Yogorov. Este episódio proporcionou a chance que Quinn tanto aguardava, o julgamento de Peter Yogorov e seu irmão seria sua moeda de barganha para receber a ajuda financeira que tanto almejava.

Dessa forma a HR usou seus policiais infiltrados dentro da polícia (Simmons e detetive Terney) para plantar evidências falsas que incriminassem o detetive Bill Szymanski, principal testemunha no caso Yogorov. O roteiro consegue entrelaçar muito bem o fato de o detetive ser amigo de Carter, assim a ela tem que correr contra o tempo para provar a inocência dele e ainda desvendar toda essa corrupção, nada como uma dica de Fusco (em uma participação piscou perdeu) ex-HR para seguir os rastros de dinheiro para descobrir a fonte das tais evidências. O plot ainda tem tempo de acrescentar mais conflitos no relacionamento Carter e Beecher, depois que ela descobriu que o “affair” foi quem deu a dica para que prendesse Szymanski. Desse modo fica um pouco mais evidente que Cal Beecher não é inteiramente corrupto, se no episódio anterior tivemos noção da personalidade dele, aqui fica claro que seu padrinho era seu informante e que ele está sendo apenas manipulado, a não ser que aconteça outra reviravolta essa é única explicação que vejo neste momento.

A melhor parte dessa história toda vem nos momentos finais do episódio, apesar de Carter ter conseguido provar a inocência do detetive e se colocar na mira da HR por fazer isto, Alonso Quinn ainda tinha uma carta na mão (benefícios de se trabalhar para o prefeito), usando de sua influência política para chegar até Szymanski e a Promotora, ele fez então o que sabe fazer melhor, limpar a casa matando os dois e garantido assim a liberdade dos irmãos Yogorov. Fica claro que o líder da HR não mede esforços para conseguir o que quer, nem que seja para pedir um empregado para atirar em si mesmo para criar uma falsa cena do crime. Resta saber qual será o próximo da organização agora que terá dinheiro entrando em seu caixa.

Se as coisas estavam ficando tensas em Nova York por causa da HR, em Atlantic City o plano de Finch funcionou muito bem e com ajuda de Lou o “team machine” conseguiu faturar alto no cassino dando um prejuízo enorme para o gerente, no entanto a história guardou uma pequena reviravolta com Reese e companhia sendo pegos com a mão na massa por assim dizer e obrigados a participar de um jogo de roleta russa que terminou no quebra pau mais rápido da série até agora.

Assim chegamos à conclusão de que “All In” foi um episódio melhor que anterior, mesmo tendo um caso da semana aparentemente mais simples, soube tirar proveito da história contada para desenvolver outro paralelo envolvendo Finch, se no episódio “Proteus” tivemos comparações entre o serial killer e ele sobre identidades falsas, aqui as comparações se voltam para os relacionamentos, Lou viveu o máximo que podia com sua esposa antes que ela falecesse, mas para Harold, abdicar de sua vida com sua amada para protegê-la torna as coisas ainda mais complicadas. Pode-se afirmar então que Lou seria a representação masculina do como a Grace sente sem a presença de Harold em sua vida, o que torna o momento ainda mais marcante para o personagem.

Dessa forma com final da temporada bem próximo diversos conflitos começam a se desenhar no horizonte, qual será o próximo movimento da HR? E Finch? Que histórias os roteiristas planejam para o personagem nessa reta final? Junte tudo isso a crescente ameaça do vírus que cada vez se alastra pelo sistema de defesa dos EUA, fazendo aparecer mais telas azuis durante este episódio nos monitoramentos da machine, temos ai história suficiente para deixar os fãs de POI em alerta e com cabelo em pé, por medida de segurança é melhor preparar seu cérebro porque a tendência é que ele exploda nesses cinco últimos episódios que serão recheados de reviravoltas e surpresas.

Observações de Interesse:

– Se você não lembra muito bem da história dos irmãos Yogorov é só dar uma olhada na minha review do episódio 2×10 aqui mesmo no site do SuperNovo.Net, ali do lado tem as reviews anteriores é só procurar o link do episódio “Shadow Box”, lá nas observações tem uma breve histórico da máfia russa em POI.

– Sobre o detetive Szymanski (R.I.P.) para quem não se lembra de sua primeira aparição na série foi no episódio “Witness” (1×07), depois ele levou um tiro e ficou a beira da morte no final do episódio “Baby Blue” (1×17), mas sobreviveu fazendo outras aparições periódicas no episódio 1×18 “Identity Crisis” e no começo dessa atual temporada no episódio “Triggerman” (2×04).

– O relógio estragado que Finch deu a Lou na última cena entre os dois é o mesmo relógio de dois milhões de dólares que Logan Pierce deu a Reese no episódio “One Percent”, achei muito esperto da parte do Harold resolver dois problemas de uma vez só, ajudar Lou e se livrar do rastreador do bilionário.

Telas Azuis: Essa semana tiveram seis no total neste episódio, realmente a machine está trabalhando mais do que esperado por conta do vírus e ao que parece essas telas não tem tradução (até o momento), como uma amiga fã de POI sugeriu, a ameaça do vírus pode ser tão grande que é possível que textos estejam criptografados funcionando como sistema de segurança, eu mesmo tentei traduzi-las, mas não formam qualquer tipo de palavra conhecida ou que faça algum sentido.

– Não sei se notaram, mas o cassino em que boa parte da trama do episódio se passa é o mesmo usado por Finch no episódio “The Contigency” para desenvolver as habilidades da machine, tanto que a cena em que Lou joga bacará ela está monitorando as jogadas do vovô calculando as probabilidades dele vencer ou não as rodadas.

– Outro fato interessante foi que as transições de tela da machine (passagens de uma cena para outra) mudaram um pouco neste episódio, elas parecem bem mais tridimensionais do que o normal.

“I was an international spy, Finch. I know how play baccarat” – Reese cortando o barato do Finch não tem preço.

– Curiosidade: “Baccara” ou “zero” surgiu na Itália em 1490 e depois foi levado para França neste mesmo período, aportando em Las Vegas nos EUA apenas em 1959.

– Person of Interest volta com episódio inédito dia 4 de Abril.

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