Os Novos 52 – Parte 2

Continuando a série de reviews sobre o lançamento das primeiras edições de Os Novos 52 no Brasil, pela Panini, acompanhe agora nossas impressões sobre os mixes Flash, Lanterna Verde e Superman!

Flash #1

R$ 5,90 – Capa couche, papel Pisa Brite, 68 páginas.

Quem leu Ponto de Ignição sabe que o grande “culpado” pelo reboot da DC acabou sendo o Flash. Quem não sabia, sabe agora, porque eu dou spoiler mesmo. Barry Allen finalmente sucumbiu à maior tentação que o seu poder proporciona: a capacidade de voltar no tempo e salvar a sua mãe da morte.

Depois de, literalmente, correr para salvar a vida da mãe, Barry acabou desencandeando o mundo de Ponto de Ignição, onde o mundo estava todo arrasado. Para salvar o Universo DC, Flash conta com a ajuda de Pandora para colocar as coisas no lugar e gerar o reboot da DC.

Flash #1 – com roteiros de Brian Buccellato e as artes sensacionais de Francis Manapul, o Flash inicia a sua nova jornada no Universo DC nessa história. Curiosamente, logo na primeira página da história, Barry Allen é chamado de “lento” pela sua acompanhante, a colega de trabalho Patty Pivot: “Você levou 2 anos para me chamar pra sair”. Mas o que não falta na revista do Flash é velocidade. A trama avança bem rápido e logo já estamos no meio de um caso envolvendo uma figura do passado do Flash e esse caso logo já evolui para um mistério quando a revista chega ao fim. Com artes incríveis, um roteiro bem escrito e a revitalização do Flash, essa é uma das histórias a seguir de perto em Os Novos 52.

Green Arrow #1 – sabe aquele Arqueiro Verde revolucionário, Robin Hood moderno, voz política de esquerda dentro dos heróis da DC? Então, ele não está aqui. Pelo menos não por enquanto. A primeira história do Arqueiro Verde no Novo Universo DC mostra um Oliver Queen tão (ou mais) bem sucedido no mundo dos negócios do que os famosos Bruce Wayne, Lex Luthor e outros. Sua empresa é líder no mercado de energia, transporte e tudo mais em que se mete, mas é como Arqueiro Verde que Oliver realmente se sente vivo. Nessas poucas páginas, vemos o herói derrotando três sub-vilões (que devem voltar na próxima edição) e só. Conhecemos alguns dos seus ajudantes, vemos mais ou menos o mundo que o cerca, mas é só isso. É pouco para uma edição e menos ainda pra saber se a série vai ser boa ou não. Só acompanhando pra saber. O roteiro é de J.T. Krul e a arte de Dan Jurgens.

Deathstroke #1 – O Exterminador é um anti-herói da DC, por vezes um vilão, que merecia uma boa introdução nessa nova fase da DC. Não sei dizer se essa primeira história é a apresentação que o Exterminador “merece”, mas é com certeza uma maneira bem efetiva de se apresentar um personagem. Depois dessa edição, quem não gostar, não volta mais. Quem gostar, volta. Simples assim. O Exterminador é um brucutu de filmes dos anos 80, tipo o Rambo ou um Soldado Universal. Sò que ele é um meta-humano e tem sentidos, agilidade e força aumentados. A diferença dele dos protagonistas de filmes de ação é que os outros brucutus sempre possuem uma criança ou adolescente para “despertar o lado humano deles”. O Exterminador não se incomoda de metralhar esses adolescentes. Roteiro de Kyle Higgins e artes de Joe Bennett.

Superman #1

R$ 6,60 – Capa couche, papel Pisa Brite, 84 páginas.

O maior herói da DC é o Superman, inegável. Ele pode não ser o seu favorito, mas não tem como negar que ele é peça central no Universo DC. O Superman é o símbolo do que a DC costuma “pregar”. Com a editora partindo para uma nova era da sua linha editorial, renovando os objetivos e público, a curiosidade sobre o que aconteceria com o Superman era grande. Vamos descobrir então:

Action Comics #1 – A primeira coisa a se dizer sobre Action Comics é que ela se passa no passado. Bem no passado. Cronologicamente, as aventuras do Superman aqui são as primeiras histórias desse novo Universo DC, quando o próprio Superman ainda nem era “o Superman”. Clark Kent usa uma calça jeans, uma capa feia e uma camiseta que lembra o uniforme que virá a vestir, mas isso não impede que ele combata o crime em Metropolis. Mais do que isso, o personagem dá uma revisitada na sua origem, lá nos anos 30, quando ele não batia em aliens gigantescos, mas era o ídolo do povo, que combatia os “malvados” senhorios. Nessa revista, vemos um Superman como o grande público não sabia que seria possível ver: ativo, sem medo de machucar, sem medo de intimidar. Esqueçam o inalcansável ser perfeito e quase divino de antigamente: esse Superman está mais perto do chão, tanto em termos simbólicos (menos divino) quanto em termos físicos mesmo, já que ele ainda não voa. Se a parte escrita da história é ótima (e é mesmo, um dos melhores textos dessa primeira fase do relançamento da DC), a parte gráfica é bem diferente. Eu acho a arte de Rags Morales uma das piores dos Novos 52. Os roteiros do genial Grant Morrison valem a pena, porém.

Superman #1 – a primeira história do Superman no “presente” do Novo Universo DC é, como não podia deixar de ser, uma batalha entre o novo e o velho, o atual e o antigo, o digital e o analógico. As primeiras páginas são emblemáticas: o globo do Planeta Diário, um dos símbolos das histórias do Superman, aparece cada vez mais à distância, até que todo o prédio do jornal é demolido e dá lugar ao novo prédio do Planeta Diário. A mídia mudou em Metrópolis: Lois Lane agora não é mais jornalista do Planeta Diário, mas responsável pelas novas mídias da PGN, a gigante da comunicação de Metropolis. Lois agora cuida do site e da TV de Metropolis, enquanto Clark continua no Planeta Diário. No fim, o Superman enfrenta uma criatura de fogo bizarra enquanto nós acompanhamos como o jornal e como as novas mídias cobrem o caso. Acho que se o objetivo da DC era resgatar e revitalizar o Superman, Action Comics #1 faz um trabalho bem melhor que Superman #1. Quando a revista termina, a impressão é que ele ainda é o mesmo Superman de sempre, só quem sem cuecas por cima das calças. Roteiro de George Pérez e arte de Jesús Merino.

Supergirl #1 – A Última Filha de Krypton, a primeira história da Supergirl em Os Novos 52, é um grande desperdício de páginas. Não porque seja ruim. Na verdade, ela não é ruim e nem boa. Ela não é nada. São pouco mais de uma dezena de páginas em que nada acontece. Os roteiristas Michael Green e Michael Johnson apostaram em mostrar a chegada de Kara-el, prima do Superman, à Terra. Tudo que a revista mostra é ela chegando à Terra, sendo atacada por alguns soldados e então o Superman chega. E fim de papo. É muito pouco pra sustentar uma revista só. É nessas situações que os mixes da Panini acabam valendo a pena para os artistas. Como Supergirl sai junto de Action Comics e da revista do Superman, o começo devagar não prejudica muito. Há outros atrativos no mix, enquanto a revista não engrena. Mas lá nos EUA, onde é cada revista por si própria, esse começo lento acaba sendo bem prejudicial. Pelo menos a arte de Mahmud Asrar é razoavelmente boa.

Lanterna Verde #1

R$ 5,90 – Capa couche, papel Pisa Brite, 68 páginas.

O universo do Lanterna Verde foi um dos que sofreu menos mudanças nesse reboot. Hal Jordan, Kyle Rayner, Guy Gardner e John Stewart são os humanos protagonistas desse núcleo da DC, que promete altas confusões da pesada pelo Universo. Vamos ver o que as primeiras edições nos trazem:

Green Lantern #1 – como o Lanterna Verde foi um dos heróis que menos mudanças enfrentou nesse reboot, a primeira edição da sua revista em Os Novos 52 é praticamente a sequência do que vinha acontecendo pré-reboot.  No final da Guerra dos Lanternas Verdes, Hal Jordan matou Krona (um dos guardiões) e acabou “demitido” pelos Guardiões. Um anel verde escolheu Sinestro como seu portador. E é assim que começamos a vida o Lanterna Verde pós-reboot. Sem anel, sem emprego, sem força de vontade, Hal Jordan vai de mal à pior na Terra. Enquanto isso, Sinestro vai começando sua vida na Tropa dos Lanternas Verdes novamente. A revista é protagonizada pelos dois e, apesar de começar bem devagar, eu confio no Geoff Johns escrevendo o Lanterna. A (boa) arte é de Doug Mahnke.

Green Lantern Corps #1 – uma das grandes surpresas do mix. Eu sinceramente não esperava que uma história só da Tropa dos lanternas Verdes seria algo tão maneiro. A primeira edição de green lantern Corps, com roteiro de Peter J. Tomasi e artes de Fernando Pasarin, surpreende por apresentar uma história que mistura humor, bom trabalho de personagens, aventura e uma trama interessante. Os dois protagonistas são Guy Gardner e John Stewart, que enfrentam problemas para se acostumar com a vida na Terra como Lanterna Verde, assim como Hal Jordan. Como os dois mesmo dizem, a vida civil é mais complicada que a de Lanterna Verde, principalmente para eles que são “famosos”. Enquanto isso, um misterioso assassino mata dois Lanternas Verde e extermina uma raça inteira de criaturas marinas em um planeta distante. Revista recomendadíssma para acompanhar.

Green Lantern: New Guardians #1 – Kyle Rayner é o meu Lanterna Verde favorito. Fiquei contente em saber que ele teria uma série própria em Os Novos 52 e que seria uma série com bastante importância no núcleo dos Lanternas nessa nova fase do Universo DC. Porém, contudo e todavia, a HQ sofre um pouco por ser a primeira edição. Nós perdemos um pouco de tempo vendo a origem de Kyle como Lanterna, para só depois sermos jogados na trama da revista: um anel de cada cor de repente escolhe Kyle Rayner como seu portador, deixando seus antigos portadores na mão. Literalmente. A HQ termina com representantes das outras ordens atrás do terráqueo no nosso planeta. O problema de New Guardians, escrita por Tonny Bedard, acaba sendo a falta de tempo. As próximas edições devem avançar mais na trama e dará para ver se a revista é boa ou não. O destaque positivo fica para a ótima arte de Tyler Kirkham.

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