A Marvel continua a sua luta para acabar com o Quarteto Fantástico, a equipe que, um dia, fez a editora ser quem ela é hoje. Depois de toda aquela confusão que a gente já reportou por aqui (e vamos resumir no fim desse texto), a Casa das Ideias armou mais uma nessa semana.
Durante as primeiras páginas de Punisher #12, a nova revista do Justiceiro, nós vemos um grupo de atores conversando em um prédio. São 3 pessoas: dois homens e uma mulher e eles são incrivelmente parecidos com Miles Teller, Jamie Bell e Kate Mara, respectivamente os intérpretes do Senhor Fantástico, Coisa e a Mulher-Invisível.
Os atores conversam sobre um quarto membro, chamado Mike, que está atrasado e que pensa que o filme é “só sobre o Johnny”, em referência ao ator Michael B. Jordan, que viverá Johnny Storm, o Tocha-Humana no longa. Eles ainda dizem que “Trang” (referência ao diretor Josh Trank) vai fazer “uma sequência” – a sequência do novo Quarteto Fantástico já foi anunciada pela Fox.
É então que… bem, que o prédio explode e os atores são incinerados fora da tela. Confira:
Punisher #12 foi escrita por Nathan Edmondson e desenhada por Mitchell Gerads, que são os autores da brincadeira/provocação – mas é óbvio que qualquer coisa publicada pela Marvel tem de passar pelos crivos dos seus editores – nesse caso Jake Thomas, editor do Justiceiro; Axel Alonso, editor-chefe da Marvel Comics; e Joe Quesada, chefe-criativo da Marvel – que respondem pela editora.
Como se não bastasse isso, o editor-chefe da Marvel, Axel Alonso, tweetou a seguinte pérola hoje:
#SaveAvengers #SaveX-Men #SaveSpider-Man #SaveThor #SaveMsMarvel #SaveGuardians #SaveIronMan #SaveInhuman pic.twitter.com/taUbP8YLPX
— axel alonso (@axelalonsomarv) November 26, 2014
Se trata de um novo teaser da saga Guerras Secretas, onde ele usa as hashtags para salvar os Vingadores, os X-Men, o Homem-Aranha, o Thor, a Ms. Marvel, os Guardiões da Galáxia, o Homem de Ferro, os Inumanos… e só.
Aparentemente, não é necessário salvar o Quarteto Fantástico – eles já explodiram mesmo, né?
Entenda o caso
Segunto relatos, tudo começou quando Isaac Perlmutter (CEO da Marvel Entertainment) ficou com birrinha da 20th Century Fox e do Quarteto Fantástico após uma negociação mal-sucedida. Na época, os direitos cinematográficos do Demolidor e de outros personagens estavam prestes a ser repassados para a Marvel de volta e o estúdio sentou com a Fox para negociar: eles deixariam que a 20th Century mantivesse esses personagens, se eles cedessem o Galactus e o Surfista Prateado para a Marvel – que pretendia usar esses caras em algum filme dos Guardiões da Galáxia ou Vingadores.
A Fox não topou o negócio, o Demolidor voltou pra Marvel (e agora vai ganhar série de TV) e o CEO da Casa das Ideias ficou bravo, dando início à um plano de sabotagem ao Quarteto Fantástico, na tentativa de minar todos os planos da Fox de levar a equipe pros cinemas.
Isso resultou no cancelamento da revista atual da equipe – que vai rolar no ano que vem – e na ausência da equipe em diversos eventos importantes da editora, como na celebração dos seus 75 anos, por exemplo, ou no fato da Casa das Ideias não autorizar a confecção de produtos e merchandising inspirados nos personagens. Tudo para minar a reputação da equipe e fracassar o filme da Fox.
O mesmo não pode ser feito com outros personagens que a Marvel Studios não detém os direitos cinematográficos por motivos financeiros: é vantajoso pra Casa das Ideias que os filmes do Homem-Aranha sejam bem sucedidos, porque a Marvel obtém parte dos lucros dos merchandisings dessas produções, enquanto as HQs dos X-Men costumam estar entre as mais vendidas da editora.