Dia do Livro – Sugestões Literárias

Hoje, dia 23 de Abril, é o chamado “Dia Mundial do Livro“, um dia em que a humanidade se reúne para celebrar essa maravilhosa invenção capaz de armazenar pensamentos, ideias, histórias e mundos. Originalmente, o Dia do Livro era comemorado na Espanha no dia 8 de outubro, em virtude do aniversário de Miguel de Cervantes que, entre outras coisas, escreveu um livreco chamado Dom Quixote – talvez você já tenha ouvido falar.

Porém, o tempo passou e a UNESCO pegou essa data e mudou para o dia 23 de abril, data do falecimento de Joseph Pla, escritor catalão, e de um tal de William Shakespeare, dramaturgo britânico que escreveu umas peças mais ou menos na carreira.

Sendo assim, aproveitaremos o dia de hoje para sugerir alguns livros que possam interessar a sua gloriosa mente. Ao invés de dividir em gêneros, nós dividiremos as nossas sugestões em tipos diferentes de leitura. Vamos lá!

Para começar a ler

  • “Eu adoraria ler bastante, mas não tenho tempo”;
  • “Nossa, eu queria começar a ler, mas não sei por onde”;
  • “Se eu pudesse, eu leria mais de mil livros!”;

Se você já soltou algumas dessas frases (ou algum equivalente), então senta aí que eu preciso conversar com vossa senhoria. Eu não vou te julgar por isso (mentira, vou sim, mas só quando estiver em casa) e serei o seu guia por hoje. Aliás, antes de mais nada, vou explicar como funciona esse negócio da leitura. Talvez você conheça um amigo que fica se vangloriando no Facebook porque lê Dostoiévski ou Nietzsche, mas saiba de uma coisa: ele não começou assim. Ele provavelmente começou com algum romance juvenil, algum livro de humor ou qualquer tipo de leitura mais leve. Não há nenhum tipo de “vergonha” em começar assim. Imagine que você é um conquistador espanhol e está desbravando o Novo Mundo – você começa no litoral e vai avançando para o interior, não o contrário.

Então, vamos lá. Três pequenas dicas para quem quer começar a ler:

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As Mentiras Que Os Homens Contam – Luis Fernando Veríssimo

Luis Fernando Veríssimo é um dos meus escritores favoritos. Eu li As Mentiras Que Os Homens Contam quando estava na 8ª série (há mais tempo do que quero contar) e esse foi o meu primeiro contato com qualquer obra do cara. Basicamente, o livro é uma série de crônicas com foco na presença da mentira no dia-a-dia. A leitura é leve, engraçada e amigável ao leitor iniciante – você pode ler uma crônica por dia antes de dormir, por exemplo.

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Leviatã: A Missão Secreta – Scott Westerfeld

Scott Westerfeld é o grande nome da literatura juvenil recentemente por causa da série Feios, publicada no Brasil pela Galera Record. Eu nunca li essa tal saga (achei que era requisito ser feio pra ler, hahaha #MeContrataCarlosAlberto), mas minha 4ª filha leu e disse que é muito bom. Mas não é sobre Feios que eu vou falar aqui, é sobre Leviatã: A Missão Secreta. Nesse livro, Westerfeld brinca com a História transformando a Primeira Guerra Mundial em um universo steampunk, com máquinas movidas à vapor de um lado e animais geneticamente modificados do outro. Novamente, uma leitura leve, mas empolgante.

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A Culpa é das Estrelas – John Green

Uma das características mais legais de um livro é o fato de você acabar imerso na história que ele conta e viver as vidas dali. George R.R. Martin, escritor de As Crônicas de Gelo e Fogo, já disse que “um leitor vive mil vidas antes de morrer, um homem que nunca lê vive apenas uma”.

Considerando isso, acho que A Culpa é das Estrelas, de John Green, é um bom livro para conhecer esse lado mais “emocional” de uma leitura. John Green é um escritor focado mais no público jovem/adulto, então sua escrita não envolve recursos linguísticos complicados. Nesse livro, ele conta a história de Hazel, uma garota que possui um câncer em estágio terminal. Com apenas alguns anos de vida, a garota conhece Augustus Waters, um garoto que um dia aparece no Grupo de Apoio a Crianças com Câncer. E a história vai indo a partir daí.

O livro é melhor que o filme

Essa é auto-explicativa: você provavelmente viu o filme, talvez até achou legal, mas eis o pulo do gato: nesse caso, o livro é bem melhor que o filme.

Vamos lá:

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Jogos Vorazes – Suzanne Collins

Eu vi Jogos Vorazes, com a linducha Jennifer Lawrence no elenco, no ano passado e curti muito. Pra mim o filme foi bem legal e tudo mais, mas percebi que apenas quem tinha lido o livro tinha a mesma opinião que eu: a maioria das pessoas que NÃO leu Jogos Vorazes deu uma reclamada do filme. Algumas pessoas que leram também deram.

Em todo o caso, entre filme e livro, fique com o livro. Por razões óbvias,  ele é mais completo, mais explicativo e faz mais sentido. Além disso, Jogos Vorazes: Em Chamas vem aí e o segundo livro da trilogia também é uma boa sugestão.

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Eu Sou a Lenda – Richard Matheson

Quando eu vi pela primeira vez o filme protagonizado por Will Smith e Alice Braga, eu achei que tudo aquilo era bem legal. Um mundo pós-apocalíptico, um cientista sobrevivendo e tentando achar uma cura. Gostei bastante de tudo. Aí eu resolvi ler o livro de Richard Matheson e passei a não gostar tanto assim do filme.

Tudo isso porque, bem, há uma mudança que acaba fazendo toda a diferença na compreensão do que o autor quis fazer com a história. Essa “epifania”, essa revelação é que confere um “algo a mais” ao livro e a sua ausência no filme meio que tira a graça da coisa.

F*ck the System!

Livros sobre a quebra do status quo porque, como diria o Dr. Horrible, “o status não é quo”. São livros que mostram o povo/protagonista se rebelando contra algo (normalmente algum tipo de governo), o que acaba gerando boas críticas e momentos de reflexão para o leitor.

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Fronteiras do Universo – Phillip Pullman (A Bússola de Ouro, A Faca Sutil, A Luneta Âmbar)

E eu vou indicar uma trilogia mesmo apenas porque essa aqui pode. Eu pensei em indicar A Bússola de Ouro na categoria anterior, mas acho que ela encaixa melhor aqui. Phillip Pullman é um escritor britânico do mais alto garbo e elegância que um dia criou a saga His Dark Materials, chamadas no Brasil de Fronteiras do Universo. A saga é uma trilogia composta por A Bússola de Ouro, A Faca Sutil e A Luneta Âmbar, todos protagonizados pela jovem Lyra Belacqua e (a partir do segundo) pelo jovem Will Parry.

Apesar de ser normalmente pintada como infanto-juvenil, essa trilogia vai além, adentrando em questões físicas e, principalmente, teológicas. Você com 11 anos pode ler e você com 68 também pode. A saga como um todo é uma grande crítica ao domínio religioso (não confundir com críticas à alguma religião em específico) e se trata realmente de uma boa leitura.

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Clube da Luta – Chuck Palahniuk

Talvez você tenha visto o filme (que é sensacional), mas o livro é de outro mundo. Chuck Palahniuk é um cara com alguns parafusos à menos – para nossa sorte, são os parafusos que “controlam” o lado que nos “proíbe” de dizer certas coisas em público. Todos os livros do cara são ácidos, altamente críticos e podem ser descritos como tapas na cara de quem lê.

Clube da Luta, seu trabalho mais famoso, é tudo isso ao extremo. É aquele que mostra uma face da sociedade que você tinha virado o rosto pra não ver. Porém, não custa lembrar que é um extremo. E extremos são, no mínimo, extremistas.

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Pequeno Irmão – Cory Doctorow

Marcus é um jovem de 17 anos que curte Internet e computadores. Criado por pais politizados, Marcus nunca curtiu muito esse negócio de “vigilância do governo” e sempre deu um jeito de fugir de câmeras e outros tipos de controle aplicados por autoridades.

Um dia, a cidade de São Francisco é atacada por terroristas e Marcus é capturado por agentes do governo porque estava na rua no momento, ficando preso por dias (e sofrendo técnicas de tortura mental enquanto era questionado). Pior: seus amigos foram presos e um deles estava ferido. Quando finalmente são liberados, Marcus nota que o governo nunca soltou seu amigo ferido – e nunca contou a verdade sobre o que estava sendo feito. E é aí que o garoto decide usar a Internet para lutar contra o abuso da polícia e da política do medo americana.

Há uma razão para Pequeno Irmão, de Cory Doctorow, ter esse nome. O livro é praticamente um filho de 1984, de George Orwell, um dos clássicos do gênero. Há muito mais que eu gostaria de falar sobre esse livro, mas acho que a comparação anterior já meio que descreve tudo. Vá ler, eu garanto que você vai gostar.


E você, amigo leitor? Tem algo para indicar pra gente?

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