Maxis admite que SimCity poderia ter funcionado em offline

É provável que você já tenha ouvido falar de SimCity, game da Maxis e da EA. Não da franquia em si, mas do mais recente título, lançado nesse mês com MUITA polêmica.

Basicamente, o novo game exige uma conexão permanente com a Internet para funcionar. Isso fez com que os servidores da EA quebrasse com a quantidade enorme de jogadores conectados ao mesmo, algo que acabou prejudicando a diversão de todo mundo. EA e Maxis passaram a mover montanhas para tentar fazer tudo voltar ao normal e salvar a imagem do game perante o público, mas a Little Boy já tinha atingido o chão.

fiasco do ano
fiasco do ano

No meio de toda essa polêmica, a EA e a Maxis defendiam a conexão permanente (o grande problema do caso – se o jogo não exigisse conexão permanente, os jogadores poderiam simplesmente jogar em offline quando os servidores caíssem) usando um simples argumento: “não dava pra fazer esse SimCity pra jogar offline”.

Inclusive, na segunda-feira passada, as empresas disseram que um patch que permitisse ao jogador jogar SimCity em offline não viria tão cedo, porque o jogo era construído de uma maneira que não dava suporte à essa iniciativa. Três dias depois, um modder publica na Internet que conseguiu jogar SimCity sem estar conectado.

Obviamente as coisas não ficaram bonitas pra EA e pra Maxis, que foram pegas com as calças curtas na frente de todo mundo. Nessa situação, as empresas tomaram o caminho mais digno: admitiram que dava sim pra SimCity ter sido offline.

Poderíamos ter construído um modo offline? Sim. Mas nós rejeitamos a ideia porque não encaixava na nossa visão. Nós não focamos no padrão ‘cidade única em isolação’ que nós entregamos no passado. Nós reconhecemos que existem fãs – pessoas que amam o SimCity original – que querem isso. Mas nós também ouvimos as milhares de pessoas que estão jogando através de regiões, comércio e comunicação e adorando a funcionabilidade de estar sempre conectado“, disse Lucy Bradshaw, chefe da Maxis.

Bradshaw fala de “milhares de pessoas” que adoraram a funcionabilidade de estar sempre conectado, mas é complicado acreditar nisso quando foi justamente essa necessiadde de estar sempre conectado que proibiu que essas mesmas milhares de pessoas jogassem SimCity por dias. Não vou negar que a ideia de construir um game onde cada jogador possa fazer uma cidade num “país compartilhado” seja interessante, mas a Maxis pisou na bola ao fazer com que essa escolha fosse obrigatória.

A obrigatóriedade de estar online para jogar SimCity levanta, para começo de conversa, problemas técnicos: caso os servidores da empresa parem de funcionar – o que aconteceu – o jogo se torna inútil; caso muita gente esteja jogando ao mesmo tempo, a experiência é prejudicada; caso a minha Internet não funcione por motivos alheios à minha vontade, o jogo fica inútil; caso a Maxis venha a falir e tenha de fechar os seus servidores, o game fica inútil.

Será que a indústria não aprendeu nada com Diablo III e o fato das pessoas não conseguirem jogar o game nos primeiros dias por causa de tantos acessos? Se você pode fazer um modo offline – e os seus fãs QUEREM um modo offline, como admitiu Bradshaw – então faça um modo offline! O que a Maxis perderia além de tempo? Se houvesse o modo offline, todo esse problema estaria num nível muito menor – para começar, nem todo mundo jogaria online no começo e, mesmo que os servidores caíssem do mesmo jeito, os usuários ainda teriam a possibilidade de usufruir do jogo enquanto os servidores eram restaurados e fortalecidos.

E, claro, eu nem vou começar a falar sobre vir a público depois do problema ter estourado e dizer: “Não havia como SimCity ter tido um modo offline”, apenas para ser desmentido três dias depois por um modder. Ainda estamos em março, mas SimCity é o fiasco do ano. O melhor cenário dessa confusão toda é que as empresas da indústria esqueçam de uma vez essa ideia de conectividade obrigatória.

/Games

O futebol além dos campos

/Séries & TV

The Handmaid’s Tale – Review – 1ª Temporada

/Séries & TV

Agents of SHIELD – Review – 4° Temporada

/Séries & TV

Desventuras Em Série – Crítica – 1° Temporada

/BananaBooks

Resenha de Como Tatuagem, de Walter Tierno

/BananaBooks

Resenha de Além-Mundos, de Scott Westerfeld