Sofazão | Papillon – Crítica

O público que frequenta o cinema mudou muito. Hoje, a maioria dos jovens que pagam ingresso nos grandes multiplex de Shopping não consegue assistir aos filmes antigos, que tem ritmo e um roteiro cadenciados, pois estão acostumados com uma hora e meia de explosões, didatismo e ignorância.

É por isso que, dentre os cults, um exemplar pouco lembrado é Papillon (1973). Com mais de duas horas e meia de filme, com ritmo próprio e pesado,  esse exemplar com temática de fuga foi copiado, no mínimo, 20 vezes em outros filmes, e você nunca percebeu.

O filme foi baseado no livro autobiográfico de Henri Charrière, que narra a história (verdadeira) dele mesmo, apelidado de Papilon (borboleta, em francês), por causa de sua tatuagem. Henri ‘’Papilon’’ foi acusado injustamente de assassinato e foi mandado para a prisão de segurança máxima localizada na Guiana Francesa. Além de contar com um ambiente desumano e insalubre, a prisão era tida como a mais difícil de escapar. Na viagem de ida a prisão, Henri conhece Louis Dega, prisioneiro que se tornaria seu amigo e parceiro nas empreitadas de tentativa de fuga.

Diferentemente de todos os outros prisioneiros, Henri não se conformava com sua condenação. Sabendo de sua inocência, o prisioneiro fazia de tudo para escapar, e em todas as vezes que tentava, era capturado e sua pena, aumentada.  Até que, depois de outra frustrada tentativa de fuga, Henri foi enviado para a solitária, e isso rende  a melhor sequência do filme.

Papillon é interpretado por Steve McQueen, que foi indicado ao globo de ouro do ano por sua  excelente atuação. Mas, na minha opinião, o destaque é Louis Dega, interpretado por um Dustin Hoffman jovem e brilhante (não falo de você, Edward). Ali, em 1973, já podíamos ver a genialidade de suas atuações, pois Hoffman fora indicado ao Oscar por Perdidos na Noite em 69 e antes disso por A primeira Noite de um Homem, em 67.

A ambientação do filme é algo a ser louvado. De forma genial, o diretor Franklin J. Schaffner nos passa todas as sensações que Papillon é submetido. A solidão e a escuridão da solitária é algo claustrofóbico até para aqueles sentados em seus confortáveis sofás; o cheiro fétido das celas; o calor insuportável da ilha, etc.

Um exemplo para todos os outros filmes de fuga e prisão que foram lançados após o ano de 1973, Papillon é sem dúvida um dos grandes filmes da carreira de Dustin Hoffman, como também, um excelente filme para assistir aí, no seu sofazão. (Juro que não tentei fazer trocadilhos).

Entretanto, esse é um filme para poucos.  Os mais novos vão dar pause nos primeiros 20 minutos de filme. Se você gosta do bom e velho cinema, separe uma tarde exclusivamente para essa experiência, pois tenho certeza que a sua viagem até a ilha do diabo será muito divertida.

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