Prometheus – Crítica

O tão aguardado retorno de Ridley Scott à ficção-científica, e à franquia Alien por consequência, estréia no Brasil na próxima sexta-feira, dia 15 de junho.

Mas será que Prometheus cumpre o que promete? Ok, eu vou parar com trocadilhos podres assim. Aliás, eu prometho que não farei nenhum outro trocadilho!

Em Prometheus, nós acompanhamos a Dra. Elizabeth Shaw (Noomi Rapace) e o Dr. Charlie Holloway (Logan Marshall-Green) em uma expedição ao espaço em busca da origem da vida humana. Os dois arqueólogos acreditam que uma civilização alienígena, chamada por eles de “Engenheiros”, criou a vida na Terra. A base dessa teoria é um símbolo, encontrado em civilizações terráqueas antigas, que foram separadas por séculos e quilômetros e nunca partilharam nenhum contato. Com isso, os dois conseguem o financiamento de Peter Weyland (Guy Pearce), da Weyland Corp. de Alien, e partem na nave Prometheus em busca da origem da nossa existência.

Um dos possíveis maiores defeitos de Prometheus foi a forma como o filme foi vendido ao público durante seus trailers, teasers, cenas e tudo mais. De alguma forma, algumas pessoas tiveram a impressão de que o longa seria um filme filosófico sobre o início da vida na Terra. Que o filme traria alguma discussão profunda, alguma verdade escondida, talvez uma revelação catártica sobre o porquê estarmos aqui. De onde viemos e para onde vamos.

Se você era um dos que esperava ir aos cinemas e assistir à algo desse tipo, você sairá desapontado do cinema. Mas, como dito acima, as pessoas criaram essa impressão de alguma forma que ainda não está clara. Eu não lembro de Prometheus se dizer ser esse tipo de filme. Prometheus é, na verdade, o que os seus trailers sempre mostraram que era: um horror de ficção-científica. Sem a pretensão de derrubar nenhuma teoria sobre o nosso surgimento.

Ao meu ver, Prometheus é um filme sobre pais e filhos. Não necessariamente pais e filhos genéticos, mas algo como criador e criatura, figura paterna e figura infante, gerador e gerado. É um filme que trabalha essa relação, de como alguém se comporta em relação ao responsável por sua existência, na luta dos filhos por tomar o lugar dos pais. Tudo isso com base no mito de Prometheus, o titã grego que roubou o fogo dos deuses para dar aos humanos.

Por esse crime, os deuses fizeram com que as entranhas de Prometheus fossem arrancadas todos os dias por um pássaro. No dia seguinte, as entranhas se curam e tudo volta a acontecer. Com base nesse simbolismo, a nave Prometheus é quem leva os humanos até o planeta onde podem “desafiar” os deuses. O conhecimento é o fogo e resta saber quem os deuses punirão por esse “desafio”.

Eu não quero me alongar muito nessa parte (apesar de já ter alongado), porque essa é a parte mais subjetiva de um filme. Cada um pega a sua mensagem de uma maneira. Foi assim que eu vi, pode ser que você veja/tenha visto de maneira totalmente diferente, pode ser que você veja/tenha visto de maneira igual.

Na parte técnica, o filme fez valer seu polpudo orçamento. A direção de Ridley Scott é segura e seu retorno ao mundo da ficção científica é celebrado. A história do filme é bem contada e, apesar de alguns pequenos furos, é inevitável que o espectador seja envolvido na trama do filme. O principal defeito, talvez, seja o excesso de personagens coadjuvantes, que ainda dividem o filme com todas as explicações sobre os aliens, sobre o mundo onde eles estão e tudo mais. Com o tempo tão fragmentado, a maioria dos personagens não é aprofundada. Para tentar evitar que esses personagens fiquem muito superficiais, o diretor soube contar com um fantástico elenco. Além de Noomi Rapace (Trilogia Millennium Sueca) e Logan Marshall-Green (The OC), o elenco do filme ainda conta com os ótimos Idris Elba (Luther), Charlize Theron (Monster), Guy Pearce (Memento) e Michael Fassbender (X-Men: Primeira Classe). E o trabalho dos atores não é disperdiçado.

Se o roteiro não tem o suficiente para prover personagens tridimensionais, os atores acabam criando, metaforicamente falando, uma ilusão de ótica para que a gente acredite que os personagens são sólidos. Sabem aquele efeito de luz que fez com que o Tupac se apresentasse novamente? É algo do tipo. Não há material o suficiente no filme para que cada personagem seja plenamente apresentado, mas o trabalho do elenco faz com que o espectador sinta que aqueles personagens são reais. O detaque nessa parte, fica para a protagonista Noomi Rapace, sempre ótima na tela como a crente arqueóloga, e Michael Fassbender, como o andróid David. Fassbender mostrou que seu talento não conhece limites e fez uma incrível performance em Prometheus.

Para concluir, Prometheus é um espetáculo técnico. Direção, fotografia, atuações e trilhas sonoras acima da média. Não era para menos: o filme reúne alguns dos profissionais mais celebrados de Hollywood. O 3D do filme também é bem competente, embora não faça especial diferença na projeção. Se você quiser, pode assistir em 2D que não vai perder nada da experiência. Por fim, se você vai gostar ou não da mensagem do filme, aí é com você.

Eu gostei.

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