A Mulher de Preto – Crítica

Todo filme que se preza precisa criar uma atmosfera de expectativa antes de seu lançamento. Se isso não ocorrer, o filme fracassa na estréia e corre o ‘’risco’’ de virar Cult um tempo depois. Em A Mulher de Preto (The Woman in Black, 2011), essa tal atmosfera estava voltada totalmente para seu maior astro, Daniel Radcliffe, ou como é mais conhecido, Harry Potter. Talvez seja esse o maior erro do filme… já que logo de cara, o que vemos no cartaz é a frase: ‘’O astro de Harry Potter…’’. Tentar vender alguma coisa, em cima do sucesso de outra me parece um tanto errado.  Essa é a indústria, temos que aceitar.

O roteiro adaptado do livro de Susan Hill narra a história  de Arthur Kipps (Radcliffe), um advogado a beira do desemprego que é mandado até um vilarejo no interior da Inglaterra para cuidar de uma papelada de um senhor que acabara de falecer. Até aí, tudo certo. O problema é que o lugar é tão sinistro que mais parece abandonado por Deus. No tal vilarejo, um fato assustador descrevia uma mulher de preto, que rodava pela mansão de sua família (que agora me foge o nome… tanto da mansão, quanto da família). Decidido a confrontar as tais histórias, Arthur decide trabalhar como bom inglês que é, mas o tal espírito da mulher de preto o atormenta durante todos os minutos de projeção, causando pânico e medo aos moradores do vilarejo.

O visual presente no filme é impecável e rende aplausos. Recriar um vilarejo nos moldes do início do século 20 não é tarefa fácil. Torná-lo crível é mais difícil ainda, e aqui, desde figurino a locações, tudo se mostra perfeito.  A tal mansão é sinistra demais para ser explorada, embora fosse a minha maior pretensão, já que o trabalho de decoração e ornamentação deixaram-na com um ar gótico e sem vida, o que a tornou muito fascinante. A fotografia composta basicamente por quadros abertos, mostrando os personagens mais aos cantos da tela e dando ênfase no ambiente criado, é linda e muito bem trabalhada. Pena que a técnica não justifica um filme; se fosse o caso, Transformers seria o melhor filme da história.

Do ponto de vista narrativo, o filme deixa muito a desejar. A história é tão óbvia que parecia ter sido escrita por um adolescente que sonha com um final feliz, mesmo que para isso, o personagem principal precise passar por vários perrengues. A edição do filme o deixa sonolento, a ponto de me fazer ‘’pescar’’ (expressão usada para breve cochilo) algumas partes em que nada ocorria. E para justificar o plot de filme de fantasmas, o roteiro usa e abusa dos sustos seguidos de cortes rápidos, a lá Atividade Paranormal, recurso que está mais do que manjado, e só serve para arrancar gritinhos dos mais desavisados.

Aos fãs de Harry Potter, podem ficar tranquilos. Se saudade era o que você tinha, esse é um prato cheio. São 95 minutos de Daniel Radcliffe na tela, e mais nada. Confesso que nunca curti a atuação dele em Harry Potter; sempre achei infantil demais para o personagem que conheci nos livros. Aqui é exatamente a mesma coisa, sua atuação infantil e no piloto automático, assim como fez com Harry Potter, deixa algumas cenas pouco críveis. O filme tem no máximo 4 ou 5 atores principais… contando também a mulher de preto,  nada mais que isso. Então vá preparado para encarar aqueles grandes olhos azuis durante um bom tempo.

No mais, A Mulher de Preto se mostra um programa razoável para se fazer. Nada genial, longe disso, mas vale pela realização e pelos belos cenários.

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