The Americans: Casamento & Guerra Fria

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Eu até hoje só falei de filmes aqui na Frames Por Segundo, então vou abrir umas “aspas” aqui para falar de séries, também uma de minhas grandes paixões (e de basicamente meio mundo, né?)

Quando o series finale de “Fringe” fatidicamente veio ao ar, uma lacuna indesejável se abriu em minha rotina semanal. Na tentativa de preenchê-la, busquei alguma nova série de qualidade, que oferecesse uma trama elaborada e personagens cativantes. Depois de descartar algumas opções como “Banshee” ou mesmo a premiada “Downton Abbey” (o climão de novela não me agradou), resolvi averiguar, meio que por acaso, a recém lançada “The Americans”… E para minha alegria, ela é excepcional.

O show foi criado por Joseph Weisberg, um ex-agente da CIA que se tornou roteirista de televisão (seus trabalhos na função até então eram “Damages” e “Falling Skies”). O drama, que tem como pano de fundo a Guerra Fria, se passa nos anos oitenta, e se fundamenta no casamento de Elizabeth e Phillip Jennings, dois espiões russos que há 15 anos estão infiltrados nos Estados Unidos como cidadãos do país. Durante este período eles constituíram família (tiveram dois filhos), mas nunca se sentiram (ou se consideraram) como um casal de verdade. No entanto, o início da série mostra que isso está prestes a mudar, com os sentimentos de ambos começando a se revelar, tornado tudo mais do que uma parceria militante.

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A dinâmica do show é fantástica. Os quatro episódios exibidos até agora (pelo menos até a conclusão desta postagem) foram incríveis. A roteirização se foca em humanizar a relação do casal, mesmo diante de ambiguidades gritantes, como os casos extraconjugais que ambos possuem por interesses da Mãe Rússia. Por outro lado, o texto não tenta amenizar o comportamento da dupla só porque demonstra que ambos possuem sentimentos, na verdade eles são frios, calculistas, altamente articulados e capazes de matar inocentes sem piedade, se isso for extremamente necessário. Obviamente, existem exceções a esta regra, e essa é a grande sacada da série: os sentimentos que confrontam e por vezes subjugam o extremismo e fidelidade à causa dos espiões – em especial da esposa Elizabeth, a mais engajada.

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Como protagonistas temos a bela Keri Russel (“Felicity”) e Matthen Rhys (“Amor Extremo”). O trabalho de ambos é surpreendente, em especial o de Russel, que consegue alcançar um nível de dramaticidade exemplar com sua Elizabeth, uma mulher que esconde memórias dolorosas em seu passado. Já Rhys, como o marido Phillip, é meio que o alívio cômico em determinados momentos, mas ele também trabalha muito bem as angústias de seu personagem, um homem justo, inteligente e letal, que parece cansado da vida dupla que leva. No elenco temos ainda Noah Emmerich (“O Show de Truman”) e Maximiliano Hernández (“Guerreiro”) como os rostos mais conhecidos, mas toda a equipe de coadjuvantes é talentosa e realiza um ótimo trabalho.

Enfim, “The Americans” está começando, e para quem busca um thriller de espionagem, o show é uma excelente opção. O roteiro honesto passeia de maneira eficaz pelos dramas do relacionamento do casal, e também pela violência e tensão deste trabalho insalubre. Temos uma história inteligente, muito bem dirigida e interpretada pelo casting. Definitivamente uma produção acima da média e altamente recomendada.

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