Oriente Now!

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Muitos são os nomes que se destacam quando falamos em cinema oriental. Obviamente, acima de todos, temos o mestre Akira Kurosawa, o primeiro que ousou misturar a sua verve tradicionalista japonesa com um toque ocidental – alcançando renome e fama por isso, inspirando por sua vez Hollywood de muitas outras maneiras.

Mas hoje vou falar especificamente da Coréia do Sul, um celeiro igualmente rico em mentes criativas que elaboram universos complexos por trás de suas câmeras. É interessante perceber como estes diretores se aproximam cada vez mais do mainstream mundial, um resultado direto de sua qualidade autoral. No entanto, obviamente, outros preferem se manter firmes à produção e costumes cinematográficos de seu país, o que lhes proporciona uma áurea intocável singular.

Joon-Ho Bong

JoonHoBong

Para os padrões orientais, o diretor Joon-Ho Bong possui poucos longa-metragens (com 44 anos, ele conduziu oito trabalhos de 2000 para cá). Seu primeiro grande sucesso foi “Memórias de um Assassino”, lançado em 2003, que trata de um assunto adorado pelos orientais: os serial killers. Neste, Bong demonstrou seu apurado senso visual e suas qualidades como roteirista. Um excelente começo.

Mas foi com “O Hospedeiro”, de 2006, que seu nome foi realmente disseminado. A obra pode ser mal compreendida por alguns, que a encaram apenas como thriller de horror carregado de efeitos visuais. Mas de maneira nenhuma se trata apenas disso. O realismo obtido pela direção de Bong é que fez do filme algo crível, sendo que o mesmo ajudou a solidificar este conceito de interação com efeitos realistas, com câmera tremida e tudo mais, como se tudo fosse um vídeo que poderia estar no YouTube.

E em 2009 veio sua grande obra prima: “Mother – A Busca Pela Verdade”, um suspense poderoso que conta a história de uma mãe obstinada que busca provar a inocência de seu filho, acusado de terríveis assassinatos. O filme foi aplaudido com veemência pela crítica mundial.

Hoje, Joon-Ho Bong está trabalhando na pré-produção de sua ficção científica “Snowpiercer”, que fala sobre um trem em 2031 que contém os últimos habitantes da Terra.

http://www.youtube.com/watch?v=KPcijFQ4PpU

Trailer de “Mother – A Busca Pela Verdade”.

Ki-Duk Kim

Ki-Duk Kim

Tradicionalista e poético, Ki-duk Kim é um símbolo de como o cinema oriental pode ser belo e bem sucedido, mesmo estando distante dos holofotes de Hollywood. O diretor estudou artes em Paris, o que acabou lhe oferecendo uma mistura interessante na sua forma de pensar em cinema.

Entre os destaques de sua carreira, podemos indicar o incrível “Primavera, Verão, Outono, Inverno… E Primavera”, um longa de beleza descomunal, temática extremamente relevante, e locações simplesmente inesquecíveis. Algo que ficará em sua memória para sempre, sem dúvida.

Apesar de um começo de carreira inconstante, e por vezes errar no tom de algumas de suas produções, Ki-Duk Kim possui outros trabalhos excepcionais, como o absurdo “Time”, o silencioso “Casa Vazia” e o poético “O Barco”, que lembra um pouco a temática  de “Primavera, Verão…”.

http://www.youtube.com/watch?v=gXyxi-jnKxw

Trailer de “Primavera, Verão, Outono, Inverno… E Primavera”.

Jee-Woon Kim

Jee-Woon Kim

Jee-Woon Kim é um diretor inusitado. Sua curta carreira começou bem, sendo reconhecida com o eficiente filme de horror “A Tale of Two Siters”. Mas ele só chamou a atenção quando lançou seu “Os Invencíveis” (o nome original em inglês é “The Good, The Bad and The Weird”), uma reinterpretação maluca de “Três Homens em Conflito”. Com este, o diretor se revelou fortemente inspirado pelo cinema inventivo do ocidente, sendo uma de suas visíveis referências o americano Quentin Tarantino.

Após este sucesso, o mesmo quis abordar uma tradicional temática sul-coreana: os serial killers (como já foi dito…). Em “Eu Vi o Diabo”, o diretor alcança um resultado desalmado e assustador. Apesar de não ser perfeito em sua totalidade, Jee-Woon conseguiu mostrar uma técnica cinematográfica rica em qualidades, excelentes montagens de cena e uma roteirização inspirada –  e apresentar o ator Min-Sik Choi (“Oldboy”) como um psicopata assassino também ajuda na pontuação final.

Hoje o diretor está divulgando com veemência o seu filme Hollywoodiano “O Último Desafio”, aquele com o Arnold Swazza e Johnny Knoxville. Quando vi o trailer dele pela primeira vez, confesso que não dei nada para a produção, mas ao saber que Jee-Woon foi quem dirigiu o negócio, fiquei mais animado. Vamos ver o que dá né?

Trailer de “Eu Vi o Diabo”.

Chan-Wook Park

chan-wook park

E não existe nenhuma maneira de falar sobre cinema sul-coreano e não citar seu maior representante: Chan-Wook Park. O cara uma referência tão grande que ele e Tarantino trocam figurinhas em seus filmes – ou seja, um influencia fortemente o trabalho do outro.

Sua carreira é impecável, começando pelo seu drama “Zona de Risco”, indo direto para a trilogia da vingança com “Mr. Vingança”, “Oldboy” e “Lady Vingança”, depois temos sua comédia, o incrivelmente belo e insano “I’m a Cyborg, But That’s Ok”, e finalmente seu filme de terror vampiresco “Sede de Sangue”. É realmente complicado apontar erros neste currículo.

Chan-Wook Park é dono de uma criatividade invejável e técnica extremamente meticulosa, sempre unindo a narrativa perfeita a um visual arrebatador. Se você se diz um cinéfilo, mas não assistiu a todos os filmes deste camarada, então você não é.

Hoje o diretor se prepara para o lançamento de sua primeira incursão no cinema americano. Seu filme de horror “Stoker” traz no elenco Nicole Kidman, Mia Wasikowska e Matthew Goode. Expectativas elevadas.

http://www.youtube.com/watch?v=1KaOLDZe2GI

Trailer de “I’m a Cyborg, But That’s Ok”

Se você tem algum diretor oriental que curte bastante, comente logo abaixo – lembrando que pretendo falar de diretores do cinema Chinês e Japonês também! Valeu!

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