Quanto vale o tempo de tela de cada super-herói nos cinemas?

Se tem uma coisa que gente desocupada como aqueles que gerenciam essa budega gostam de fazer é comparar coisas. Qual o herói da DC mais forte? Quem venceria uma luta: Coringa ou Duende Verde? E se essa luta fosse numa sala fechada, sem direito à armas?

E se o próximo filme do Superman tivesse o Bane como vilão? E se o Homem-Aranha recebesse o soro do super-soldado? Qual o herói mais famoso do mundo? E o que dá mais dinheiro?

Na maioria das vezes, essas indagações só resultam em procastinação, na revisão de alguma saga quadrinesca lida há muito tempo e à ingestão de mais refrigerante do que o recomendado pelo sr. Alcides, meu médico. Nas outras vezes, a gente até consegue chegar numa resposta.

Essa é uma dessas raras ocasiões.

A questão do dia foi: qual o super-herói mais valioso dos cinemas? O problema: como calcular o valor de algum personagem? Mais do que isso: como colocar esse valor numa escala que seja comparável para que possamos descobrir quem é o vencedor?

O problema pode até parecer simples, mas não é. “É só ver quem teve a maior bilheteria, dãããã” – ok, mas o Batman pode ter arrecadado muito mais nas bilheterias com 7 filmes do que o Demolidor, que só tem 1. Não é uma luta justa. Porém, não podemos reduzir os filmes do Batman para apenas um – ele não tem culpa de ser lucrativo e ter tido 7!

A solução é comparar a única coisa que eles tem em comum: minutos. Todos os filmes podem ser medidos por minutos e todos os filmes geraram dinheiro. Temos duas variáveis para todos os itens e agora é só ver a relação dinheiro/minuto em tela.

Apesar disso, a solução ainda não é a ideal. Filmes mais antigos lucram bem menos por questões alheias à obra em si: o Superman, de 1978, lucrou $300 milhões de dólares numa época em que lucrar $300 milhões de dólares colocava um filme brigando pela liderança dos mais lucrativos da história. Hoje, se um filme de super-herói NÃO arrecadar $300 milhões nas bilheterias, ele raramente verá uma sequência. Apesar do valor do dinheiro ter mudado, o tempo de cada filme não durou e isso gera uma desigualdade na balança quando adicionamos os projetos antigos à equação.

Nós decidimos fazer o seguinte então: pegamos a última encarnação de cada super-herói nos cinemas e quantos filmes essa visão gerou. O Batman do Nolan, por exemplo, tem 3 filmes. O Homem de Ferro, mais 3. O Superman de O Homem de Aço, só um. Homem-Aranha, também só um – o de 2011.

Depois de ter esses filmes, fizemos a conta já explicada para descobrir qual o herói mais valioso nos cinemas. Isso é: qual herói com o maior valor de tempo em tela. A resposta pode ser um pouco surpreendente.

Veja:

info-valor-dos-herois-final

Talvez o Homem de Ferro no topo da lista não seja uma surpresa tão grande, mas eu confesso não esperar o Homem-Aranha em segundo lugar e nem o Thor em 5º!

A lógica é a já explicada: a cada 1 minuto de filme, o Homem de Ferro ganhou $6,3 milhões de dólares para a Marvel Studios. Antes de apresentar algumas conclusões, quero mostrar mais alguns dados. Repararam que há o orçamento total de cada herói na imagem? A gente descobriu quanto eles valem por minuto – E QUANTO ELES CUSTAM?

Vamos descobrir:

Super-Herói Custo por Minuto *em milhões
Lanterna Verde 1,7
Homem-Aranha 1,6
Superman 1,5
Homem de Ferro 1,4
Hulk 1,33
Thor 1,3
Batman do Nolan 1,28
X-Men 1,2
Quarteto Fantástico 1,1
Capitão América 1,1
Motoqueiro Fantasma 0,7
Demolidor 0,6

Vamos ler os dados, amiguinhos:

  • o Lanterna Verde é o herói mais caro dos cinemas, custando mais ou menos $1,7 milhões de dólares POR MINUTO em cena. Tendo lucrado $1,9 milhões de dólares por minuto, o estúdio ganha a “merreca” de 200 mil dólares a cada 60 segundos de filme – o que nem deu pra pagar a campanha de marketing do longa;
  • o Batman do Nolan pode não ter sido o herói mais valioso (e ele não foi por ter tido filmes muito longos), mas esse mesmo item que o fez perder a liderança é o que mostra que o herói é um bom negócio. Com o custo baixo de $1,2 milhões por minuto e o lucro alto de mais de $5 milhões a cada 60 segundos, não é de se espantar que a Warner não veja a hora de colocar o Cavaleiro das Trevas nos cinemas de novo;
  • o Demolidor e a Elektra são os heróis que menos custaram para o estúdio ($600 mil por minuto), mas foram também os que menos lucraram ($1,2 milhões). Como nem tudo é porcentagem e os estúdios não se importam de pagar muito desde que tenham o retorno (vide o Homem-Aranha), a Fox nem chorou quando os direitos do Homem sem Medo voltaram para a Marvel;
  • Apesar de ter tido um filme bem sucedido, o valor do Capitão América por minuto só fica na frente dos fracassos do Motoqueiro Fantasma, Lanterna Verde e Demolidor, além do filme do Hulk – o que explica porque a Marvel preferiu colocar o Sentinela da Liberdade com a SHIELD no seu novo filme. Ele não custa muito, mas também não lucra o suficiente para ficar sozinho – ao contrário do Thor, que teve um custo x benefício BEM aceitável e logo ganhou sequência;
  • o Quarteto Fantástico tem um custo bem pequeno e um lucro razoável. Não se trata do negócio mais lucrativo da Fox, mas dá pra entender porque o estúdio não quer entregar essa franquia pra Marvel. Tanto o Quarteto quanto os X-Men mostraram ter potencial para lucrarem alto nos cinemas, mas esbarraram na má qualidade de alguns dos seus filmes e nas porradas levadas pela crítica;
  • Apesar de não ter entrado na discussão, o Batman de 1989 é o filme de super-heróis com a melhor relação custo x benefício. Seu orçamento, de $35 milhões de dólares, só fica atrás do de Superman IV: Uma Jornada Pela Paz ($15 milhões), mas a sua bilheteria é de $400 milhões – mais do que os dois filmes do Motoqueiro Fantasma juntos.
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