Xingu – Crítica

Durante o início do século 19, os Estados Unidos foram em direção ao oeste do país a procura de ouro. Essa gigantesca mobilização da população ficou conhecida como a ‘’marcha para o Oeste’’, e tinha como propósito explorar e conquistar o bem mais precioso do país naquela época. No Brasil, em meados dos anos 40, ocorreu a nossa ‘’marcha para o oeste’’, e como de costume, o objetivo era a maior riqueza brasileira. Não o ouro, mas sim o que nos categoriza como um dos países em constante desenvolvimento: as terras. É nesse contexto que Xingu (2012) é fundamentado.

A maior reserva indígena brasileira, a reserva do Xingu, fez 50 anos em 2011, e o filme dirigido por Cao Hamburguer (do ótimo O Ano em que meus País Saíram de Férias) estreou com o papel de mostrar um local que, mesmo tendo contribuído com progresso, não deveria ter sido tocado.

O filme conta a história dos irmãos Vilas-Bôas (que de fato existiram). Orlando (Felipe Camargo), Claudio (João Miguel) e Leonardo (Caio Blat),foram homens bem instruídos que decidiram se passar por peões, e embarcar na chamada ‘’marcha para o oeste’’ brasileiro. O objetivo era mapear, avançar e tomar posse do resto do território que pertencia (e ainda pertence) ao Brasil, mas que era inóspito demais para ter sido explorado anteriormente. Embarcando com um instinto aventureiro, os irmãos entram em contato com tribos indígenas até então desconhecidas, e passam a dar valor humanístico aos índios, até então mal vistos.

Recheada de paisagens belíssimas que compõem o interior mato-grossense, a fotografia do filme é fantástica. Colocadas como algo intocável, as belas matas criam o ambiente perfeito para desenvolver o caráter documental que o filme necessitava. Não me refiro a linguagem, mas sim ao papel de instruir o espectador de que aquilo que o governo brasileiro fez nos anos 40 é questionável.  Os índios que outrora povoavam aquele local, já estavam ali muito antes da expedição.

Com atuações seguras e direção idem, Xingu é um ótimo exemplo para aqueles que desejam conhecer um pouco mais a respeito da expedição que, apesar do progresso que trouxe ao Brasil, acabou devastando tribos e mais tribos.

Em tempos de importação de culturas, um registro histórico dessa qualidade não poderia ter vindo em momento mais propício. Valorizar a cultura que está enraizada em nosso país é preciso, e Cao Hamburguer e sua equipe o fazem de forma louvável.

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