Sofazão | 300 – Crítica

Após alguns dias de inatividade a coluna Sofazão volta com mais um “clássico”!

Artes conceituais tomaram conta de Hollywood. A cada dia aparece um roteiro, ou uma produção já pronta que quer levar algo novo, ou algo revolucionário. O grande problema é que nem todos conseguem atingir esses objetivos, já que o cinema é uma indústria com um público extremamente exigente. Quando um tal Frank Miller roteirizou e ilustrou a graphic novel  ”300”, a tal arte conceitual tomou forma, e Zack Snyder levou a tela grande uma experiência surreal aos olhos de um leigo, e fantástica até mesmo para quem conhecia o material impresso.

Com um minucioso trabalho de pesquisas, Frank Miller depositou no papel uma das melhores graphic novels da história. E para adaptar tal história, era necessário um grande diretor, alguém que tivesse PHD em cultura pop, e que pudesse apresentar novas e revolucionárias ideias. Chamaram Zack Snyder, diretor de videoclipes e relativamente jovem – não que seja algo ruim, mas não demonstra ”bagagem” para assumir um trabalho desse tamanho – mas que não tem medo de inovar. O resultado dessa aposta foi um filme plasticamente impecável, com design inovador e sangue… muito sangue.

A história, que já havia sido contada nas telonas (Os 300 de Esparta, de Rudolph Maté- 1962), narra a épica batalha das Termópilas. O rei de Esparta, Leônidas (Gerard Butler atuando de forma tão impressionante que se for gravar um filme da Xuxa continuará sendo lembrado por seu papel em 300) reúne 300 dos seus melhores soldados e decide se opôr a política expansionista que o grande império Persa estava impondo. O grande problema era que o império Persa já tinha quase todo o continente Asiático em suas posses e avançava mais a cada dia. Seus exércitos eram numerosos demais para serem contados. Em batalha, quando seus soldados marchavam, a superfície tremia. Quem os liderava era o poderoso rei-deus Xerxes (Rodrigo Santoro totalmente modificado, e gigantesco).

O filme, analisando o visual, é algo totalmente novo. Zack Snyder abusou do fundo verde e recriou um visual quase apocalíptico para inserir a atmosfera de guerra que o filme pedia. A fotografia do filme, tomada de tons mostarda, oscila entre o crível e o surreal, causando aplausos em diversas cenas (quando os espartanos empurram vários persas penhasco a baixo). Nota-se também o carinho com que Snyder tratou a graphic Novel. Em vários momentos temos a impressão de ver a câmera percorrendo páginas, demonstrando a plasticidade e a fidelidade da obra.

As batalhas são tão grandiosas quanto seu orçamento. O slow-motion foi usado durante todo o filme, seja na cena de sexo entre rei e rainha, ou nas mãos arrancadas durante as batalhas, tudo minuciosamente trabalhado e bem montado. As frases verborrágicas são exploradas para mostrar o sacrifício e o heroísmo dos 300 nobres espartanos e de seu corajoso Rei, que não quer ver suas mulheres e crianças escravizadas por um tirano.

300 é uma obra digna de aplausos. Gostando ou não de filmes de ação, ou de épicos, ou também chamados de ”sandálias e espadas”, todos aqueles que defendem a bandeira do cinema devem encarar esse filme como, pelo menos, arte conceitual, e das boas. Arte que só seria vista alguns anos mais tarde, em Watchmen, mas isso fica para uma próxima.

“Espartanos! Hoje jantaremos no inferno!”  (Leônidas.)

Trailer de 300:

300 é um filme com direção de Zack Snyder (Superman – O Homem de Aço), baseado na HQ do também produtor executivo do longa Frank Miller, e um elenco com nomes como Gerard Butler (Game), Lena Headey (Game of Thrones), Michael Fassbender (O Magneto de X-Men First Class) e Rodrigo Santoro (Lost) entre muitos outros…

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