O longa de Paul W.S. Anderson estreou na última quarta-feira, feriado no Brasil, mas como na terra de Cabral não houve feriado, só pude ver o filme ontem, e por isso hoje, trago a crítica para vocês, espero que me perdoem o atraso…
Bom, antes de mais, vamos separar o público alvo desse filme em dois tipos, os mais velhos que são fãs de Alexandre Dumas, e os mais novos, que tão afim de diversão, um filme bonito, com boas cenas de ação e essa coisa toda. Se você é do primeiro grupo, tenho uma ótima notícia: O Conde de Monte Cristo já saiu em DVD há muito tempo, quase 10 anos, esse sim é o filme bom para os fãs do Dumas.
Brincadeiras a parte, você viu os trailers que saíram, e logo reparou que a coisa não tem como objetivo ser exetremamente fiel ao romance de Dumas, o contexto é quase o mesmo, uma mudança aqui outra ali para se adaptar a diversão criada por Anderson (Paul W.S.), afinal, sua dignissima esposa, Milla Jovovich, gosta de bater, pular, enfim, gosta de ação. No livro a Milady de Winter (Jovovich) não era uma exímia lutadora, certo? Esse tipo de adaptação à história é até válida se o objetivo é realmente criar um filme para entreter o público da maneira que atinge melhor as massas, e foi o que Anderson fez. Eu poderia dar várias adpações, mas os menos informados iriam atirar pedras dizendo que estou fazendo spoiler, e xingando a minha pobre mãe, então se você quer saber as pequenas mudanças na história (são mesmo pequenas), leia o livro e depois veja o filme, cultura nunca é bastante. Veja a sinopse do longa:
Versão moderna para a história de Alexandre Dumas com os mosqueteiros Porthos (Ray Stevenson), Athos (Luke Evans) e Aramis (Matthew Macfadyen) e o jovem D’Artagnan (Logan Lerman). O jovem impetuoso e temperamental D’Artagnan precisa reunir seus três amigos e legendários mosqueteiros na tentativa de derrotar uma bela agente dupla que, ao lado de seu abominável empregador, pretende dominar o trono francês e mergulhar a Europa numa guerra.
Concordamos que a sinopse é clara e objetiva, você viu inúmeros trailers, você sabe qual é a do filme, não venha reclamar de infidelidade, ninguém nunca prometeu isso. Porém, contudo, todavia, a história no geral, é a mesma, como eu disse, com ajustes para ficar uma “versão moderna”. Provavelmente pensado como sendo uma trilogia, visto que no fim temos uma porta aberta para a continuação. O estilo da obra num todo é bem parecido com o estilo singular até então, de Piratas do Caríbe, acho que me fiz entender, certo?
Anderson nunca foi um mau diretor, mas também nunca foi um diretor diferenciado, fica ali, no meio termo, sempre no mesmo estilo, e com isso vai levando, e esse é mais um “mais do mesmo” no quesito direção, nada fora do seu estilo, quem vê a Milla Jovovich em ação, até parece um Resident Evil no século XVI.
Os atores, nada a declarar, tudo dentro dos conformes. Apesar de pouco aparecer, Orlando Bloom esteve bem como o Duque de Buckingham, ele provavelmente deve estar em mais evidência na sequêcia da franquia, se houver. O jovem Logan Lerman (Sim, o Percy Jackson) também me surpreendeu, apesar de não curtir o visual do rapaz como D’Artagnan, a atuação dele foi muito boa. Milla Jovovich já é veterana em filmes do Anderson (há!), por isso, já se sabia o que esperar. Dos mosqueteiros, bem, queria destacar Ray Stevenson (Porthos), bem engraçado quando podia ser, e nas cenas de ação também esteve bem, gostei do tipo. Os outros estiveram normais, apesar de Matthew MacFadyen, o Athos, deixar um pouco a desejar quando muito exigido, esteve um pouco deslocado do resto dos personagens, era o único sério, amargurado, e tremulante. Também esteve muito bem Christoph Waltz como o Cardeal Richelieu.
Vi gente reclamando as cenas estilo Game of Thrones com o mapa e os objetos se movendo, mas eu gostei…
Não tenho como dizer que o filme é ruim, ontem eu vi na sala do cinema, pais com mais de 50 anos e filhos jovens vendo ao filme juntos (lembre-se, eu vi o filme na terra de Cabral, no Brasil isso não aconteceria), para os pais provavelmente o filme não foi grande merda, afinal, são fãs do Dumas muito provavelmente, já para os jovens deve ter sido interessante e divertido. Tudo depende da sua expectativa meus amigos, exigir muito de adaptações fiéis torna nossa vida num marasmo sem tamanho. Imagine essa exigência por tudo fiel no caso de Os Três Mosqueteiros, livro de 1800 e bolinha, eu contei ao menos 10 filmes no IMDB, se os 10 fossem fiéis e exatamente iguais, qual a vantagem? Vá ver o filme e divirta-se, você viu os trailers, não reclame dos barcos voadores pelo amor de Deus, você já sabe que eles estarão lá.
Enfim, gostei do filme, gostei das mudanças que Anderson deu a história, encaixou melhor com estilo de filme que ele faz, gostei da ambientação que ele deu, as armas diferentes, o tão falado navio voador, deu uma dinâmica melhor para o filme. Não leve tão a sério o que os grandes especialistas dizem, claro que não é uma obra prima, mas um diversão as vezes é bom, por isso vá ver o filme que não é ruim, em momento algum.
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Os Três Mosqueteiros, com Milla Jovovich (Milady de Winter), Logan Lerman (D’Artagnan), Matthew Macfadyen (Athos), Luke Evans (Aramis), Ray Stevenson (Porthos), Mads Mikkelson (Rochefort), Gabriella Wilde (Constance), Juno Temple (Rainha Anne), Orlando Bloom (Duque de Buckingham), Freddie Fox (Rei Luis XIII) e Christoph Waltz (Cardeal Richelieu), direção de Paul W. S. Anderson, estreou em 12 de Outubro no Brasil.