Gigantes de Aço, dirigido por Shawn Levy e estrelado por Hugh Jackman e Evangeline Lilly estréia nessa sexta-feira, dia 21 de outubro, no Brasil. Assisti ao filme que mistura boxe, o esporte de reis, com robôs gigantes. Prontos para descobrir se o hype em cima do filme é justificável?
A escolha do diretor Shawn Levy para a cadeira de diretor em Gigantes de Aço (Real Steel, 2011) trouxe certa incerteza quanto ao produto final. Vindo de filmes familiares um tanto simples e entediantes, como Uma Noite no Museu, ou Doze é Demais, não seria estranho se todos desconfiassem de sua capacidade para dirigir um filme com mais testosterona, digamos assim.
O que é mais curioso é que em Gigantes de Aço conseguimos ver toda essa testosterona nas lutas de robô, sem deixar de notar, também, a relação pai e filho que torna sua filmografia tão familiar.
A trama gira em torno de Charlie (Hugh Jackman), um ex-lutador de boxe que vive em um caminhão lotado de peças e tralhas relacionadas a robôs de combate. Sua vida muda completamente quando a mãe de seu filho falece, obrigando-o a ficar com a criança. Claro, um garoto de 11 anos não está nos planos de um “empresário” do ramo de robôs boxeadores, por isso, Charlie vende a guarda de seu filho para os tios da criança, por 100 mil dólares. A condição consistia numa pequena temporada com o garoto, até que seus tios voltassem de uma viagem. Charlie, então, se vê na obrigação de levar seu filho para as lutas de boxe com robôs.
Esse roteiro, que só de ler a sinopse fica fácil de desvendar seu desfecho, não tem nada de genial. Logo nos primeiros minutos podemos notar a turbulenta relação pai e filho entre Charlie e Max (Dakota Goyo). Mas, de início, essa relação é colocada em segundo plano, pois a aparição dos robôs é algo realmente interessante. Diferentemente dos robôs apáticos de Michael Bay, aqui os gigantes de aço tem sua personalidade definida e aparentam ter sentimentos. Fato notável em inúmeras cenas em que Max encara seu robô, Atom, que mais parece o boneco de lata do grande clássico O Mágico de OZ, pois aparenta entender o que seu dono fala e demonstra sentimentalismo quando estão juntos.
Se por um lado temos o roteiro previsível e robôs sentimentais, do outro temos as lutas e o barulho de aço se chocando ao outro. Essas sim estão impecáveis e prendem a atenção do público que foi ao cinema para assistir um filme de ação, e não de drama. Atom, robô de Max, nos faz lembrar de um outro grande filme: Rocky, um lutador. A forma que o mesmo se supera a cada luta é idêntica a do filme lendário dos anos 70. E não importa o quanto apanhe, sua garra sempre prevalecerá.
O destaque das atuações fica por conta de Dakota Goyo, garoto que já interpretou o poderoso Thor, em sua fase infantil. Com suas danças estilo Justin Bieber e seu carisma, o garoto leva a história com tranqüilidade e leveza. O clímax, por mais que acabe caindo na pieguice, é satisfatório, pois tudo se justifica pelo sentimentalismo que Max apresenta em relação a seu pai e vice-versa. A vontade era de sair socando o ar, depois da seção, porque o sentimento de vitória que o filme transporta contagia. Talvez esse sentimento de vitória seja do próprio Shawn Levy, que depois de perceber o que tinha feito, ficou com a sensação de dever cumprido.
Ótima aposta para o final de semana. Nota. 7