Especial Mass Effect – Expandindo o Universo Literário Parte 01: Revelações

Nós falamos aqui um pouco antes sobre como a trilogia principal da série Mass Effect, lançada para Xbox 360, PC e PlayStation 3 entre 2007 e 2012, pegou uma série de temas comuns e sérios do “mundo real” e os transportou para os códigos, CGs e diálogos interespaciais da franquia, usando toda a temática sci-fi para tocar em assuntos relevantes.

Dessa vez, vamos explorar um pouco sobre como o jogo utilizou as vantagens que a nova “mania” de transmedia deu a uma empresa sempre inovadora para expandir seu universo e levá-lo além das conversas entre os personagens e as entradas do codex do jogo.

Serão curtos reviews das mais importantes obras até aqui, o livro Mass Effect Revelação, lançado no Brasil em 2013 pela Galera Record (e nos EUA em 2007, como um prelúdio do primeiro jogo) e as séries de Arte Sequencial publicadas nos EUA pela Dark Horse desde 2010.

As Revelações de Um Bom Homem que foi a Guerra

Capa Mass Effect Revelação V4 RB.aiMass Effect Revelação é o primeiro livro escrito por Drew Karpyshyn (principal roteirista dos dois primeiros jogos da franquia) e serve como uma fundação pros eventos que se seguiriam a partir do 1° jogo, contando um pouco da vida do soldado modelo e herói de guerra David Anderson após os acontecimentos da “Guerra do Primeiro Contato”.

O livro narra as aventuras de Anderson (personagem de extrema importância ao longo de toda a trilogia) em uma investigação sobre ataques realizados contra centros de treinamento secretos de soldados humanos. Ao longo de suas investigações, Anderson cruza com diversos Espectros, mais notoriamente, com o Espectro Turian, Saren, outro personagem de grande importância no 1° jogo da série.

A escrita de Karpyshyn não se destaca muito em meio as diversas obras de ficção científica que afogam o mercado literário por aí. Seu estilo é, inclusive, muito mais adequado a narrativa de videogames do que pra livros, mas não chega a ser um incômodo aqui. Ele faz um belo trabalho em construir o universo da franquia, estabelecendo conceitos muito importantes com simplicidade.

O grande defeito, talvez, esteja na caracterização fraca dada a Saren ao longo do livro. Se fazem um ótimo trabalho em navegar sobre nuances importantes da série, como o racismo contra humanos por outras raças ou a dificuldade do Anderson em entender a atração sexual de humanos por outras raças, Saren é um vilão simplista, movido apenas pelo seu pre-conceito contra humanos, enraizada na recente Guerra do Primeiro Contato.

Anderson, entretanto, é o ponto alto do livro. Um personagem carismático ao longo dos jogos, o, aqui, jovem soldado tem seus dilemas bem apresentados, desde lidar com seu divórcio a longa distância até o seu envolvimento com a cientista Kahlee Sanders, a maior parte dos diálogos do protagonista parecem reais e bem construídos, um dos pontos altos da franquia como um todo.

Mesmo com seus problemas, o ritmo dado a Revelação é fantástico. Uma leitura agradável e tensa, com diálogos bem construídos em sua maior parte (Karpyshyn poderia ter evitado tantos chavões e as frases de efeito) e sabendo transportar muito da magia dos jogos para o seu texto, é uma leitura obrigatória pros fãs da série e uma boa pedida para aqueles que se interessam por ela mas não tem muita paciência para passar centenas de horas jogando.

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