Next-Gen: A Contagem Final para o Começo da Nova Guerra

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Após uma geração definida nos “controles”, cada empresa busca suas próprias revoluções

Senhoras e Senhores…

8 Anos. Mais de 250 milhões de unidades vendidas. Milhares de jogos em suas bibliotecas físicas e mais alguns milhares distribuídos digitalmente, entre relançamentos, indies e minis. O fortalecimento de algumas empresas e a queda de outras. Esse é o saldo que podemos tirar da geração mais duradoura e bem sucedida da história. No lugar dela, novos consoles/oponentes sobem a um dos campos de batalha que mais movimentam dinheiro no mundo.

De um lado do ringue, com o calção todo estampado de patrocinadores, se achando o bonitão porque tá mostrando o corpo e entrando cheio de moral, dando aquele cascudo no nerd japonês de chapéu vermelho e com um tablet fazendo apostas (porque ele ganhou tanto dinheiro com isso nos ultimos anos que nem liga mais pros outros), vem o Xbox One (XONE pros íntimos), com aquela musica marota no fundo.

xboxone

Do outro, vem o ex-campeão, humilhado e batido, mas que se acha pronto para recuperar a coroa, prometendo vencer pelo amigo japa que o acompanha a décadas e ouvindo o barulho da torcida de centenas de amigos… o Playstation 4 (e seu mural de 500 desenvolvedoras “aliadas”) sobe motivado ao som do Campeão dos Campeões pra ensinar uma lição ao novato metido. Bom, pelo é assim que eu imagino que a próxima geração se desenrolará (e eu posso ter usado um pouco de liberdade poética no filme, mas whatever…

ps4

Não entrando no mérito do desenrolar da atual geração (isso você pode ouvir no Bananacast #54), mas a queda enorme do Golias que a Sony era na período PS1/PS2, parece ressoar em tudo o que já nos foi apresentado até aqui. Em um momento em que a indústria como um todo parece se questionar sobre seus rumos – custos de produção exorbitantes, mais jogos lançados com preço completo do que o mercado suporta (jogos mal-produzidos lançados a 60 dolares e que poderiam ser vendidos mais barato e em maior quantidade digitalmente), busca por histórias mais maduras, Discrepância Ludonarrativa e outros termos complicados, Sony, Microsoft e Nintendo buscam respostas diferentes para uma industria em crise.

Em Novembro passado, a Nintendo, a “vencedora” da geração passada, deu o pontapé inicial na geração com o seu “Wii U”. O sucessor do Wii, veio com uma nova proposta em gameplay, com seu controle tablet e tentando unir público casual a “gamers hardcore”. Até agora, um tiro no pé. A Nintendo pareceu querer atender a minoria barulhenta, ao invés de simplesmente olhar pros números. O Wii U vem fracassando por não ter jogos capazes de apelar ao público mais “hardcore”, muito menos ser casual e interessante o suficiente para que as donas de casa comprem.

A Sony focou toda a sua apresentação na PS Meeting a mostrar como ouviu as reclamações que o PS3 recebeu (arquitetura impeditiva as developers, custos altos de produção…) e resolveu deixar a proposta de ter seu console no centro da sala, para “deixar o jogador ser o centro do ecossistema da sala, tornando seu console o mais próximo de um PC que ela pode. Ao contrário da arrogância com a qual entrou na geração atual (como esquecer o Kaz Hirai subindo ao palco da E3, para dizer que a geração só começaria quando a Sony dissesse que sim), a Sony parece ter entendido qual parece ser a demanda do mercado. Acesso rápido e fácil aos jogos, abrir portas pros produtores independentes, crescimento dos sistemas de nuvem, manutenção do mercado de jogos usados, retirando as amarras que cada vez mais aparecem para restringir os jogadores.

Já a Microsoft e sua recente apresentação parecem seguir um rumo muito diverso. Todo mundo sabe que a empresa do Titio Gates não tem o histórico dos mais favoráveis em seus lançamentos, só ver como seu sistema operacional falha mais do que tem sucesso ou o “Surface”, então foi de se estranhar que, ao invés de se tornar o console definitivo como poderia se esperar, a Microsoft apareceu com um console que parece falhar em seus specs, tendo um chipset feito pela própria MS (o que pode ser muito ruim pro console) e DDR3, enquanto a Sony partiu pra DDR5 e chipset AMD (CPU e GPU). Você, jovem padawan, deve estar lembrando que é a mesma coisa do anuncio do PS3 x X360. Sim, é verdade. Só que, dessa vez, o mais poderoso parece ser o mais fácil de programar. É o que não vai cobrar taxa de publicação dos indies em sua loja, não criou taxação extra pra jogos usados e que, caso se lembrem, tem feito mais e mais programas para permitir que desenvolvedores independentes apoiem o PS3, PS4 e PS Vita.

Muito pode ser dito sobre o fiasco que foi focar em TV e programação multimídia na apresentação. Por mais que faça sentido nos EUA, ainda há muitas dúvidas sobre como isso será aplicado (a Microsoft promete disponibilidade pro mundo inteiro no lançamento) e até que ponto o XONE é uma resposta ao Google TV e a Apple TV e não ao PS4. Se, o que parece se configurar, como um ataque da Windows contra os avanços da Google e Apple, uma das maiores empresas do ramo de tecnologia pode ter ficado convencida. E isso pode ser seu maior erro. Google e Apple TVs não se provaram como produtos populares fora dos EUA. Tentar vender um produto de nicho embutido em um de seus produtos pode parecer uma boa idéia, mas pode dar errado se ao anunciá-lo, você desagrada seu público original. A promessa de “15 exclusivos e 8 novas IPs” pode não ser suficiente se a maior parte delas for de jogos casuais pro Kinect.

É praticamente impossível prever o que vai acontecer ao longo dessa geração, mas, algo que pode se tirar dos anuncios, é que ambas as produtoras parecem estar prontas para partirem pro confronto. A história mostra como os consoles que vieram após uma ampla dominação costumam gerar algum tipo de estagnação (a insistência da Nintendo com Cartuchos, a arrogância da Sony com o PS3…). Saindo da geração que mais vendeu e vendeu de forma mais equilibrada, talvez finalmente tenhamos uma “Guerra dos Consoles” como a muito tempo se espera.

Peguem suas pipocas, escolham seu controle preferido e bora assistir o combate ao som do Europe , porque, pelo menos no 1° Round de anuncios, a Sony parece ter acertado em cheio da Microsoft.

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