João Paulo
segunda-feira, 20 de Maio de 2013
Review | Revolution 1×17: “The Longest Day”
“MONROE STRIKES BACK” (Monroe Contra-Ataca) e nem seus amigos mais próximos são poupados de sua fúria... ou seria paranoia? Seja o que for o estrago foi enorme neste novo episódio de Revolution.
Vou começar esta review dizendo que adorei o episódio, não só pela reviravolta que enredo deu na trama, mas pela capacidade usar ação frenética a seu favor e como ponto de ignição para reta final dessa temporada. Nunca pensei mesmo com a loucura demonstrada pelo personagem de Monroe, ele conseguiria virar o jogo ao seu favor, porque vamos ser sinceros Miles estava ganhando cada vez mais terreno e era questão de tempo para milícia sucumbir diante de suas forças, mas em “The Longest Day” a história é outra e o resultado não poderia ser pior para os rebeldes e os georgianos.
O interessante desde episódio é que ele trabalha muito com a natureza humana, uma história que a série sempre volta a explorar periodicamente. Aqui podemos perceber pelas atitudes apresentadas por Miles, Rachel, Monroe e até mesmo Neville como o ser humano é um ser confuso, capaz de surpreender através de ações, movidos pelas circunstâncias ou por sentimentos mesmo.
A história começa com a calmaria no campo de coalisão da Geórgia, os acontecimentos de “Love Boat” ainda repercutiram neste episódio, como Miles e Nora tendo uma “DR” depois uma noite quente, Jason e Neville brigando depois da traição do primeiro nos acontecimentos no barco, ou seja, nada fora do comum aparentemente, mas quando Charlie percebe o barulho vindo do céu, o clima muda drasticamente. O ataque dos drones enviados por Monroe ao acampamento rebelde foi algo inesperado e efeito devastador do ataque era só começo dos problemas de Miles e seus comandados.
Basicamente a história aqui se divide em três narrativas, a primeira focada no acampamento de coalizão pós-ataque, com resgate de Charlie e Jason (feridos durante a ação) e com as tropas da milícia invadindo o local, a segunda narrativa foca no atentado a vida de Monroe e suas desconfianças e a terceira focada em Aaron descobrindo um pouco mais sobre como a tecnologia dos nanobots funciona, ao curar a perna ferida de Rachel.
Comecemos então pela primeira trama, é interessante o quão irônico e cruel à vida pode ser, digo isso porque para Neville o atentado ao acampamento teve um efeito imediato principalmente ao encontrar Jason gravemente ferido, todo aquele ódio entre ambos acaba sendo reprimido devido à situação, dando lugar a relação pai e filho que trouxe bons momentos para os dois personagens. O mesmo pode-se dizer da relação Miles e Charlie, com a sobrinha dele desaparecida em meio ao caos, o senso de responsabilidade é ainda mais evidente ali, ou pelo menos fica bem subtendido no contexto da narrativa principalmente com a inserção dos flashbacks mostrando mais da relação de Rachel e Miles que cria exatamente um paralelo para entendermos as motivações que o levam a ter esse senso de culpa e proteção em relação à sobrinha.
Essas novas cenas do passado são continuação dos flashbacks do episódio dois “Chained Heat”, quando Rachel deixou sua família para se entregar a milícia e se passam sete anos depois do blackout, sendo assim além do paralelo que mencionei anteriormente, podemos também conhecer um pouco mais lado sombrio do velho Miles, sua relação para tirar a verdade de Rachel sobre o apagão global e todo o medo que ele causou nela.
Falando na mãe de Charlie, a trama dela com Aaron também foi bastante movimentada, apesar de ainda não termos tido a explicação do porque exatamente o artigo do amigo de Ben estava no livro de Jane, descobrimos como os nanobots funcionam na prática, dessa forma o ferimento de Rachel no episódio anterior foi oportuno exatamente para aprendermos mais sobre a tecnologia desenvolvida pelos cientistas. A cena em si teve alguns efeitos bons mostrando regeneração de tecido e pode-se dizer que a atuação de Elizabeth Mitchell foi até convincente.
Na verdade convincente até nas cenas em que a personagem e Aaron são abordados por nativos da Nação das Planícies que testemunharam os feitos do nanobots. O fato é que o foco aqui é todo voltado para Rachel, toda essa conversa sobre evidenciar a natureza humana que a série explora, encaixa como uma luva para a cientista, a forma como ela mente, ilude as pessoas a sua volta e a frieza que personagem trás assusta, o que fica claro na cena em que finge ter a cura para ajudar a família dos nativos que mencionei. Ela ainda tenta ser coerente ao dizer para Aaron que era melhor mentir do que contar a verdade e correr o risco de morrer, o fato é que nesta mesma conversa fica evidente, Rachel está agindo pela emoção, mais uma vez se mostra o sentimento mais traiçoeiro presente na série.
Quando Rachel explode com Aaron expondo seus motivos de estar indo “a Torre”, vemos a personagem agindo por motivos de vingança devido à perda de Danny, eu me lembro de comentar que Randall agia pelo mesmo motivo que ela e acabou por cometer o erro que levou ao apagão, agora a cientista pode repetir o feito, como naquela ocasião vários acontecimentos sucederam depois, acredito que ligar a energia pode mudar humanidade mais uma vez. Isso acontece quando as pessoas não pensam claramente em suas ações.
O que nos leva a última narrativa importante do episódio, focada em Monroe e seu amigo Jeremy Baker, onde mais uma vez a natureza humana se faz presente, mas aqui ela é ainda mais cruel com líder da milícia. A missão bem sucedida contra Miles, não foi suficiente para deixar Monroe relaxado e mesmo quando ele tenta (com conselho de Jeremy) acaba sofrendo um atentado. Já era fato que desde o episódio dez Monroe vinha apresentando uma deterioração mental muito grande agravado ainda mais pela morte de Emma e pelo ódio infinito por Miles.
O interessante é que o roteiro trabalha a todo tempo tentando resgatar Monroe do isolamento que ele se encontra, isso tudo representado pela figura do personagem de Mark Pellegrino, o único amigo restante do general, mas após a ameaça a sua vida, tudo piora de uma forma que a desconfiança e a paranoia eram as únicas coisas que personagem se apegou. A morte Jeremy Carver foi à tampa do caixão, a dor interna que vai corroê-lo por dentro e a cena em que ele recebe a notícia que foi um georgiano responsável pelo ataque fica perceptível, Monroe não tem mais volta e sua republica pode estar fadada ao fracasso mesmo com a vitória parcial neste episódio.
Sendo assim chegamos ao clímax, “The Longest Day” foi o episódio da virada, o começo do fim, a contagem regressiva para o season finale e para o final da guerra entre Miles e Monroe. Um episódio tecnicamente impecável (destaque para toda a cena antes e pós-ataque da milícia ao acampamento, cenário de guerra muito bem feito), que consegue trazer os pontos positivos de Revolution à tona, com ótimas cenas de ação e trabalhando bem conflitos familiares que já está se tornando um das qualidades da série, é claro que tem seus pequenos defeitos e precisa trabalhar melhor seus coadjuvantes, como Nora que ainda necessita de um pouco de atenção e não apenas um romance escapista com Miles, mas imagino que esse destaque talvez venha em breve devido à cena que fecha o episódio.
Assim a reta final da primeira temporada vai se desenhando e as coisas não parecem nada boas para Miles e seus comandados, perder um contingente de trezentos homens deixou até a presidente Foster preocupada (pensando até em rendição) e com Nora capturada pela milícia, pessoalmente o tio de Charlie terá uma tarefa árdua pela frente, tão árdua que a ideia de Rachel religar a energia global talvez não seja uma má ideia no final das contas, apesar das motivações pessoais da personagem que podem levar tudo a perder de alguma forma. Com três episódios para encerrar a temporada as narrativas da guerra e do blackout devem se juntar em breve e só assim saberemos como esse banho de sangue irá terminar.
Observações da Revolução:
– Jason∕Charlie: Demorou, mas o casalzinho finalmente deu um passo a frente em seu relacionamento, nada como guerra com risco reduzidos de sobrevivência para unir pessoas.
– Mark Pellegrino: Esse episódio marcou a despedida de seu personagem Jeremy, assassinado por ordem de Monroe, mas é claro que tudo tem um motivo, o ator vai estar na série nova do canal CW dos EUA, “Tomorrow People”, aliás, faz tempo que ele merece depois de tantas participações em seriados de sucesso mostrando seu talento.
– Neville: O major protagonizou boas cenas no episódio, destaque para cena em que ele mata vários milicianos na floresta para proteger o filho.
– Um inimigo entre nós: Sim como Miles comentou com Neville, alguém de dentro passou informações da localização deles para Monroe, mas quem? Minha aposta é no “amigo” de Miles, que andou sumido neste episódio, Jimmy.
– The Longest Day: O título do episódio é uma referência tirada de um livro de mesmo nome escrito por Cornellius Ryan em 1959 que narra à história do dia “D” e a invasão da Normandia durante a segunda guerra mundial. Este livro foi adaptado em 1969 para cinema no filme de mesmo nome estrelado por John Wayne e com coadjuvantes do calibre de Henry Fonda e Sean Connery, conhecido como filme em preto-e-branco mais caro já produzido até o ano de 1993.
Se compararmos este fato com episódio, pode se dizer que refere-se a atos relacionados a guerra, mas especificamente em relação a termos de estratégia e combate, o dia “D” foi o momento decisivo na segunda guerra para os aliados, mas no caso de Revolution, podemos comparar tal fato a Monroe e sua republica este momento foi o momento de virada deles.
– Nanobots: Gostei de usarem a cápsula extraída do corpo do Danny (que descobrimos ter problema pulmonar) no episódio “The Stand” de forma relevante para que Aaron conseguisse salvar a vida de Rachel. Por falar nisso se a cápsula é a primeira geração de nanotecnologia e conseguia ser programada para curar vários tecido do corpo humano, o que será que a última geração dessa tecnologia é capaz de fazer com aquelas partículas microscópicas, presentes no ar, agora assim quero saber como essa “Torre” realmente funciona.
– Teorias Revolucionárias: Essa imagem oficial abaixo saiu na internet mostrando um novo mapa de Revolution, se for mesmo verdadeiro isso significa que a Republica Monroe deixara de existir realmente no final dessa temporada.
– Próximo episódio promete continuar o clima eletrizante e parece que saberemos quem foi que traiu o grupo de Miles.
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